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Coutinho: Má fase do Guaraní aumenta a chance do Coelho na Libertadores
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O América jogará a sua primeira partida de Libertadores na história nesta quarta-feira (23), a partir de 19h15 (de Brasília), no Independência. A equipe começou de forma irregular a temporada 2022, mas a boa notícia é o momento ruim do adversário. O Guaraní ainda não venceu nas três primeiras rodadas da Liga Paraguaia, vem jogando mal, e perdeu peças importantes em sua equipe.
Onze vezes campeão nacional, a última delas em 2016, o clube de Assunção é o quarto maior do país em conquistas de títulos e número de torcedores. Chegou duas vezes nas semifinais da Libertadores. Em 2015, inclusive, ganhou fama no Brasil ao bater o Corinthians nas oitavas de final, em pleno Itaquerão.
Algumas peças daquele time seguem no Guarani, como o meio-campista Jorge Mendoza, o centroavante Fernando Fernandez —algoz do Timão naquela ocasião—, e o técnico Fernando Jubero. A equipe paraguaia se classificou para esta pré-Libertadores após ser vice-campeão paraguaio em 2021.
Chegadas e Saídas
A perda mais significativa para o elenco foi a do meia José Florentin, que foi para o Vélez Sarsfield. Aos 24 anos, ele era a grande referência técnica do meio-campo. Como um volante com total liberdade para armar e chegar ao ataque, fez 12 gols e deu seis assistências pelo clube em 2021.
Jorge Mendoza foi repatriado para substituir Florentin, mas vive um momento diferente na carreira. A reposição não está à altura. O goleiro titular Gaspar Sérvio também foi para o futebol argentino, assinou com o Rosário Central, e foi substituído pelo jovem arqueiro colombiano Devis Vásquez, que era reserva até então. Outra reposição questionável.
O terceiro titular a deixar o Guarani foi o atacante Alfio Oviedo, que assinou com o Cerro Porteño e inclusive já marcou contra o ex-clube no clássico do final de semana. O experiente Ariel Nuñez, ex-12 de Octubre, chegou para fazer companhia a Fernando Fernandez na frente.
O defensor Julio Gonzalez, o bom meia Brahian Ayala, e os atacantes Sergio Bareiro e Walter Ortiz são os demais reforços menos badalados. Os meias Juan Franco e Valdez Chamorro, e o atacante Antonio Marin, que eram suplentes, também deixaram o elenco.
Um fator importante para o Guarani nesta temporada pode ser o uso de suas categorias de base. Ficou em terceiro lugar na última Libertadores Sub-20 e tem no meia Segovia uma peça com condições de ganhar espaço na equipe principal.
O Técnico
Fernando Jubero está de volta ao Guarani. Na realidade retornou em julho de 2021 e conseguiu melhorar o desempenho do time, que vinha de um sexto lugar no Apertura. Acabou vice-campeão do Clausura, perdendo o título no último minuto e dentro de casa para o Cerro Porteño.
É espanhol, mas construiu sua carreira no Paraguai. Além do Guarani, treinou os outros três clubes grandes do país: Libertad, Olímpia e Cerro Porteño. Em 2019/2020 teve uma passagem pelo Cerezo Osaka, do Japão. Possui um título paraguaio com o Libertad, em 2017, no currículo.
Organização Tática
No cenário nacional, o Guarani costuma ser um time de posse de bola e tentativa de imposição perante os adversários desta forma. Mas a fase é péssima. Duas derrotas e um empate nos três primeiros jogos na Liga Paraguaia. Nenhum gol marcado. Então é bem provável que o time seja mais comedido diante do América.
Apostar num jogo mais reativo é tradição das equipes paraguaias nos jogos de Libertadores, sobretudo diante de brasileiros, mesmo com a diferença de tradição entre o Coelho e o Guarani. Com a bola, o time sente muito a falta de Florentin e o entrosamento que Oviedo tinha com Fernando Fernandez na frente.
Geralmente postado em um 4-4-2, a construção do Guarani começa com uma saída ''sustentada'' pela linha de quatro na defesa, os dois volantes logo à frente, mas um deles, Jorge Mendoza, bem ativo na circulação da bola e distribuição de passes. Rodrigo Fernandez não contribui tanto nesse aspecto.
A busca costuma ser pela definição dos lances pelos flancos. Quando não faz uma ligação direta visando o ganho da ''primeira bola'' pelos atacantes, trabalha com passes curtos até tentar as dobras entre meias e laterais para chegar na linha de fundo e cruzar na área.
A proposta é trabalhar a interação entre eles e alçar para Fernandez finalizar. O repertório acaba sendo limitado quando o adversário consegue bloquear essas investidas e o time tem se visto sem saídas para criar. É o líder de posse bola entre os 12 clubes da Liga Paraguaia, mas o segundo que menos finaliza.
Sem a bola, costuma apresentar intensidade nos encaixes de marcação e perseguições dentro de cada setor, mas trata-se de uma equipe pesada. Quando sobe o bloco, deixa espaços entre os setores, e encontra dificuldades para se recuperar, apelando para faltas e chegando atrasada constantemente nos duelos.
Nas transições ofensivas leva perigo pelos flancos, principalmente se Colmán conseguir se recuperar de lesão e entrar em campo. Sem ele, a qualidade do time cai. Contrera é outro atleta que funciona bem nesse contexto e dá muitas assistências.
Já nas transições defensivas, apresenta o conceito de reagir rápido ao perder a bola no campo de ataque. Faz isso com intensidade, mas peca quando o adversário rompe essa primeira pressão. Com a última linha exposta, convive com problemas pelo setor direito com Rodi Ferreira e Marcos Cáceres.
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