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Coutinho: Soberba tem atrasado evolução do time do Flamengo
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O rubro-negro carioca venceu o ''Clássico dos Milhões'' disputado contra o Vasco neste domingo. A segunda vitória nos três clássicos da temporada, mas um padrão de comportamento nocivo à equipe se repetiu. O Flamengo consegue dominar e controlar os adversários, mas se acomoda, não cria tanto, e acaba perdendo a condição inicial.
A questão não é nenhuma novidade. O próprio técnico Paulo Sousa já falou sobre isso. Na visão dele o time precisa ter mais ''fome'' de vitórias. David Luiz e Domènec Torrent, utilizando outras palavras, deram declarações bem parecidas.
O diagnóstico dá conta que o grupo de jogadores do Flamengo é interessado. Se dedica nos treinamentos e quer entender os motivos das opções táticas dos últimos treinadores que passaram pelo clube, mas quando percebe sua superioridade dentro das partidas, deixa cair a intensidade e a concentração em campo.
Num início de temporada com poucos testes a altura do elenco rubro-negro, isso vem aparecendo nos jogos com maior grau de competitividade: os clássicos. Com exceção do Botafogo, quando precisava dar uma resposta imediata após o vice da Supercopa do Brasil, o Flamengo repetiu tal comportamento diante de Fluminense e Vasco.
Nos dois jogos teve a bola a maior parte do tempo, natural pela imposição técnica que possui, empurrou ambos para trás, realizou pressões pós-perdas eficientes no campo de ataque, ocupou bem os espaços, mostrou de forma nítidas quais eram as intenções para produzir chances, mas ''tirou o pé'' na sequência.
Essa oscilação comportamental tem dois efeitos diretos e preocupantes. O primeiro deles é a pouca mobilidade no terço final do campo. Na região mais congestionada do gramado, dentro da proposta de Paulo Sousa, é necessário que o trio mais avançado interaja com quem tem a bola.
Faça diagonais em cima da última de defesa rival, ataque a profundidade, realize movimentos de desmarque com agilidade e concentração, algo que nem sempre ocorre. A sensação é que o time pensa que resolverá a partida a qualquer momento. Isso não acontece! E aí vem o segundo ponto preocupante.
Quando o adversário entende que o domínio rubro-negro ocorre, mas a produção de chances claras não é tão alta quanto poderia ser, cresce animicamente. Passa a arriscar mais e desestabilizar o rubro-negro. Isso gera uma situação de perda de controle do jogo. Afeta a torcida, que passa a chiar, e tira a confiança dos atletas.
A tendência é que o fenômeno não aconteça contra adversários mais poderosos e em competições de maior importância, mas quando esta época chegar, o Flamengo precisará estar em outro nível em relação ao atual. E ele só é conquistado ''avançando casas'' agora.
A diretoria do Flamengo, omissa em diversas questões relativas ao comportamento de alguns jogadores nas últimas duas temporadas, precisa dar a Paulo Sousa a mesma liberdade dada a Jorge Jesus. Controlar o departamento de futebol, no rubro-negro de hoje, precisa ser competência do treinador.
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