Coutinho: Como Philippe vem se recuperando no Aston Villa

Philippe Coutinho foi um dos destaques da Seleção no último ciclo de Copa do Mundo. Ao lado de Neymar, comandou a equipe, mas caiu de produção a partir do final de 2018. Vieram seis lesões diferentes, desempenho ruim e descrédito. A ponto de ter sua convocação criticada na última Data Fifa. Porém, desde que ganhou sequência no Villa, começou a dar sinais animadores.

O primeiro ponto positivo é o grau competitivo da liga em que está inserido. Coutinho conhece bem a Premier League. Teve cinco temporadas e meia de destaque no Liverpool, no início de sua carreira na Europa. Agora tenta se aproximar daquele patamar de atuação para ser protagonista novamente e chegar ao Catar em novembro.

A amostragem ainda é curta. São oito jogos disputados desde que teve a sua contratação pedida pelo ex-craque Steven Gerard. O atual treinador do clube de Birmingham foi companheiro do brasileiro no Liverpool. Sabe bem o potencial dele e passa a confiança necessária para que o camisa 23 dos Villans tenha tranquilidade para ganhar sequência.

Não se pode esperar do meia a mesma velocidade nas ações de alguns anos atrás. Coutinho ainda tem uma idade boa para se apresentar em alta intensidade, mas os muitos minutos no banco e as lesões recentes tiraram isso dele. Talvez consiga se aproximar desse ritmo daqui a algum tempo, mas não será simples.

Philipe estreou em seu novo clube no dia 15 de janeiro. Desde então participou de todos os oito jogos do time, sete como titular, saiu do banco para o campo apenas na estreia, e marcou quatro gols, além de ter dado três assistências. São 14 pontos conquistado em 24 possíveis na Premier League, aproveitamento que colocaria o Aston Villa acima da 9ª colocação atual.

Sete dos 15 gols marcados pela equipe neste período tiveram a participação direta de Phillipe Coutinho. Não há dúvidas que sua entrada mudou o patamar do time de Gerrard. Começou jogando pela esquerda, em um 4-1-4-1, fazendo movimentos com e sem a bola em direção ao meio, função que fez no auge da carreira, mas cresceu mesmo de outra forma.

O Aston Villa passou a jogar com um losango no meio-campo, um 4-3-1-2, e Coutinho é o homem mais avançado do meio. Centralizado, flutuando nas costas dos volantes rivais, com menos obrigações defensivas e mais perto da área, circulando num espaço menor do campo. Talvez esteja aí a sacada de Gerrard.

A controversa convocação de Coutinho em janeiro, quando ainda não havia entrado em campo na Premier League e vinha sem sequência e desempenho no Barcelona, certamente auxiliou o atleta na parte anímica. Sentiu-se novamente parte integrante da Seleção de Tite. Foi titular em dois jogos e fez um lindo gol contra o Paraguai.

A sequência da Premier League vai confirmar ou não a melhora do meia brasileiro, mas a recente evolução é uma grande notícia para a Seleção. Talento nos passes finais, dribles curtos e finalizações precisas de média distância são a especialidade de Coutinho. Não se pode desprezar isso.