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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

São Paulo confirma ser o maior desafiante do Palmeiras no âmbito estadual

Colunista do UOL

27/03/2022 18h00

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O Tricolor defende o título estadual, mas por todo o contexto do que cada equipe mostrou na competição, chega na condição de desafiar o favorito Palmeiras, atual bicampeão da Libertadores, em mais uma final do Campeonato Paulista. A vitória por 2x1 sobre o Corinthians, na semifinal deste domingo, no Morumbi, deixou nítido que é mais time que o rival neste momento. O time da casa não foi brilhante, mas teve o controle da partida em grande parte do tempo.

Rogério Ceni optou por Calleri e Welington no ataque e na lateral-esquerda, respectivamente, em detrimento a Luciano e Reinaldo, que começaram no banco. O restante da equipe foi o mesmo que já vinha sendo escalado. Já Vitor Pereira preteriu Gustavo Mosquito para a entrada de Giuliano no time. Com isso, Renato Augusto atuou mais adiantado, algo que já havia acontecido sob o comando de Sylvinho. Roger Guedes formou pela esquerda e Giuliano no meio.

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Como as equipes iniciaram o jogo
Imagem: Rodrigo Coutinho

Mesmo com dificuldades de criar chances reais de gol até os 30 minutos, o São Paulo conseguiu circular a bola com mais eficiência no campo de ataque e se aproximar da área rival. O problema era a precipitação e a pouca conexão entre as peças na hora de resolver as jogadas. Forçou alguns cruzamentos para Calleri e passes em profundidade para explorar a velocidade de Welington pela esquerda, e nem sempre foi feliz.

Novamente teve Rodrigo Nestor mais solto em relação a Pablo Maia, infiltrando e se colocando na mesma linha de Alisson e Igor Gomes. O primeiro flutuou mais da esquerda pra dentro, e o segundo só fazia esse movimento quando Rafinha avançava. Como Welington era mais agudo que o experiente lateral-direito, o lado esquerdo do Tricolor era o mais explorado. Éder e Calleri se mexeram bastante como dupla de frente e incomodaram a retaguarda corintiana.

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Rodrigo Nestor mais adiantado em relação a Pablo no momento ofensivo do São Paulo
Imagem: Rodrigo Coutinho

O Timão levou perigo primeiro. Roger Guedes chutou forte da entrada da área após bom contra-ataque puxado por Willian, mas Jandrei colocou para escanteio aos 15'. Acabou sendo um lance isolado. Por mais que buscasse igualar a intensidade do rival na marcação, não conseguia fazer os movimentos de desmarque para a bola fluir quando tinha a posse. Era um time competitivo defensivamente, mas basicamente nulo e estático no ataque.

Perdeu Fágner lesionado logo aos oito minutos, e Vitor Pereira colocou Robson Bambu, empurrando João Victor para a lateral-direita. O Corinthians perdeu qualidade no passe na saída de bola no setor. Mais um ponto que dificultou a imposição com a bola. O técnico português mexeu na estrutura na segunda metade da etapa inicial. Recuou Renato Augusto e abriu Giuliano pela direita. Trocou Willian de lado e fez Roger Guedes se fixar no centro do ataque.

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O Corinthians depois das mexidas feitas por Vitor Pereira ainda no 1º tempo
Imagem: Rodrigo Coutinho

As mudanças não surtiram efeito imediato e o São Paulo seguia mais presente no ataque. Pablo distribuía bem os passes e o time começou a ser mais criterioso ao se aproximar da área. Rafinha fez grande jogada aos 40' e Giuliano impediu um gol em cima da linha. O meia corintiano, porém, não teve atenção na sequência do lance, e permitiu espaço em suas costas para Welington receber um belo passe de Rodrigo Nestor e bater no ângulo, abrindo o placar.

Vitor Pereira fez novas mexidas depois do intervalo. Willian voltou ao lado direito e Giuliano foi para a esquerda, mas desta vez com mais liberdade de circular pelo meio, abrindo o corredor para Lucas Piton ocupar. Posteriormente pôs Junior Moraes e Gustavo Mosquito em campo. Willian e Paulinho foram sacados. Roger Guedes voltou então ao lado esquerdo e Giuliano fez a dupla de meias com Renato Augusto à frente de Du Queiroz.

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Calleri, do São Paulo, é marcado por Gil, do Corinthians
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

O Corinthians tinha mais a bola, mas era lento para se mexer mais uma vez, previsível e sem intensidade para criar chances reais. Para completar, era irregular nas transições defensivas. Um convite ao segundo tricolor. E ele veio aos 17'. Luciano, que havia entrado no lugar de Éder pouco antes, recebeu de Alisson e abriu para Igor Gomes. Ele serviu Calleri em profundidade, que cruzou rasteiro para Alisson marcar. Uma aula de contragolpe com a participação do quarteto ofensivo, e acompanhado passivamente pela defesa alvinegra.

O Timão chegou perto de diminuir aos 29'. Renato Augusto acertou um lindo lançamento para Lucas Piton na área, ele escorou de cabeça e Giuliano bateu de canhota para a boa defesa de Jandrei. Jô também assustou em chute da entrada da área na sequência. E balançaria as redes logo depois. Roubou a bola de Jandrei em falha bisonha do goleiro e tocou para o gol vazio aos 41'.

O Tricolor tentou administrar nos minutos finais e acabou perdendo o controle do jogo, correndo riscos que eram desnecessários. Mesmo assim, Vitor Pereira terá que ser criativo para dar mais competitividade ao Corinthians durante os 90 minutos. Os clássicos foram duros em mostrar essa realidade a ele.