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Fla x Flu repete 'roteiro recente' e Tricolor fica mais perto do título
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O Fluminense venceu os últimos quatro jogos contra o Flamengo. Qual é a particularidade das quatro partidas? Em todas o Rubro-Negro teve a bola, ocupou o campo de ataque, encontrou dificuldades diante de um sistema defensivo organizado, mas perdeu as poucas chances que criou. Viveu momentos de desestabilização diante de um adversário mais concentrado e emocionalmente estável. O duelo entre os rivais, válido pela primeira final do Campeonato Carioca, foi um repeteco dos últimos. German Cano terminou como o grande herói com dois gols, e Léo Pereira foi o vilão, mais uma vez.
Paulo Sousa optou por Vitinho e Marinho na equipe titular. Bruno Henrique e Arrascaeta começaram no banco. Marinho foi o responsável por dar amplitude ao time pela esquerda. No Fluminense, Abel Braga não teve Nino. Manoel entrou em seu lugar. Yago Felipe voltou ao meio-campo, Martinelli foi para o banco, e Ganso recebeu oportunidade desde o início. Fechou o lado direito do meio sem a bola e com ela teve liberdade de flutuação. Felipe Melo não formou como zagueiro, atuou à frente da defesa.
O 1º tempo teve exatamente a cara esperada por todos. O Flamengo ficou mais tempo com a bola no campo de ataque, mas demorou a criar chances com desenvoltura. Ficou preso na forte marcação do Fluminense. O Tricolor tinha muita agressividade na abordagem ao homem com a bola, dobrava para ter cobertura nos lances de mano a mano, e forçava erros do Rubro-Negro. A equipe de Paulo Sousa mostrava-se ansiosa e sem muita conexão nos movimentos coletivos perto da área rival.
O time de Abel Braga tentou tirar a velocidade do jogo e reter a bola em diversos momentos. Se utilizava das inversões de Felipe Melo, que na saída de bola se alinhava aos zagueiros, em direção aos laterais. Ou dos passes diretos para German Cano ''aparar'' a bola no setor de Ganso. A proposta era estabelecer essa troca de passes e rapidamente acionar as costas da defesa do Flamengo, mas só conseguiu fazer isso competência uma vez em toda a 1ª etapa.
Willian finalizou para as redes um belo passe de Yago Felipe em profundidade já nos acréscimos, mas a jogada já estava parada por um impedimento marcado equivocadamente na origem do lance. O rubro-negro melhorou depois dos 30 minutos. Conseguiu encaixar de forma mais regular os movimentos no campo de ataque e chegou com perigo. Antes disso, incomodou bastante em bolas paradas David Luiz quase marcou duas vezes. Uma em cobrança de falta, e depois numa cabeçada bem defendida por Fábio.
Manoel e Cris Silva salvaram bons cruzamentos rasteiros na pequena área. Fabricio Bruno cabeceou com perigo aos 26'. Já na reta final da 1ª etapa, Vitinho deixou o campo lesionado e Bruno Henrique entrou. Desta forma, Gabigol poderia fazer suas flutuações do meio para a direita sem prejudicar tanto a equipe. Antes disso, o espaço central era ocupado por Everton Ribeiro, que não conseguia produzir no setor. Bruno é mais agudo e compensa tal movimento.
O 2º tempo começou e o cenário inicial da partida foi retomado. Paulo Sousa não demorou a colocar Arrascaeta e Pedro em campo. Bruno Henrique passou à ala-esquerda, e Pedro ocupou a referência ofensiva, deixando Gabigol e Arrascaeta mais soltos. O rubro-negro cresceu e chegou muito perto de marcar aos 12'. Fabio salvou um belo chute do camisa 21 do Flamengo e David Braz impediu o gol do camisa 9 na sequência.
Abel percebeu que era a hora de aumentar a intensidade do seu time, reforçar a marcação. Arias e Martinelli entraram nos lugares de Ganso e Willian Bigode. Felipe Melo saiu lesionado na sequência e Luccas Claro entrou como zagueiro, modificando o esquema tático do time. O Tricolor brecou o ímpeto rubro-negro, que mesmo crescendo individualmente, seguiu com problemas coletivos para superar a defesa forte do rival. Só voltou a chegar com perigo aos 30'. Arão roubou a bola de Martinelli na saída do Fluminense e Arrascaeta bateu para a boa defesa de Fabio.
O tempo foi passando e o perigo tricolor aumentando nos contragolpes. Léo Pereira, que havia entrado pouco antes no lugar do lesionado Fabricio Bruno, falhou bisonhamente ao ser pressionado por Jhon Arias e entregou a bola nos pés do colombiano. Ele serviu Cano dentro da área, que dividiu com Filipe Luís e bateu na saída de Hugo. O gol fez o emocional rubro-negro desmoronar e o segundo veio na sequência. Calegari ganhou de Willian Arão e puxou o contra-ataque sem ser incomodado até cruzar para o argentino marcar mais um.
Independente das boas intervenções de Fábio e da falha de Léo Pereira, o Flamengo mais uma vez não conseguiu colocar em prática todo o seu potencial ofensivo de forma regular. Além disso teve diversos momentos de descompasso emocional. Sintomas que se repetem há alguns meses.
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