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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Vitinho sai do banco e faz a diferença na estreia de Carille no Furacão

Colunista do UOL

14/04/2022 20h54

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Ele só tinha atuado cerca de 30 minutos desde que voltou ao Athletico, mas na noite desta quinta-feira, diante do The Strongest, pela 2ª rodada do Grupo B da Taça Libertadores, Vitinho mostrou que pode ser muito importante para o rubro-negro até a metade do ano, tempo de duração de seu contrato após voltar do caos da guerra na Ucrânia. Bastaram dois minutos para ele dar fim à imprecisão que reinava no time dirigido pela primeira vez por Fabio Carille.

O novo comandante deu chance ao zagueiro Matheus Felipe, ao meio-campista Bryan Garcia e ao atacante Canobbio desde o início. Montou a equipe numa variação entre o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1 de acordo com a movimentação de Bryan Garcia. No The Strongest, o técnico argentino Christian Diaz colocou Saul Torres, lateral de origem, na vaga do meia Henry Vaca, que começou no banco. Uma opção mais defensiva. Wayar foi para o meio-campo e Saucedo atuou aberto, na função original de Vaca.

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Como as equipes iniciaram o jogo
Imagem: Rodrigo Coutinho

A bola nos pés dentro do campo rival, poucos espaços para jogar, e erros técnicos nos momentos de definição dos lances. Assim pode ser resumido o 1º tempo do Furacão. A equipe conseguiu se mexer com intensidade e ficou nítida qual era a proposta para criar chances de gol, mas nem sempre as coisas saíram conforme o planejado.

É importante frisar a competência boliviana. Marcaram com muita pressão ao homem da bola. Concentrados para não dar espaços entre os setores, disciplinados para manterem a última linha de defesa sempre ''justa'', facilitando as coberturas e impedindo que os atacantes brasileiros tivessem tempo para finalizar ou darem o último passe.

Bryan Garcia se projetava pela meia direita e fazia companhia a Orejuela e Canobbio pela direita. O ponta uruguaio flutuava da direita pro meio na maioria das vezes, abrindo o ''corredor externo'' para as passagens do lateral. Faltava mais coordenação nesses movimentos para que as triangulações saíssem com naturalidade.

No lado esquerdo, uma dinâmica parecida era vista entre Terans, Abner e Cuello. A diferença era a quantidade de vezes que o ponta argentino mantinha-se bem aberto pelo flanco e o lateral avançava em diagonal por dentro. Deste lado, a parte técnica foi mais precisa, principalmente a partir de Terans.

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Cuello, jogador do Athletico-PR, conduz a bola na partida contra o The Strongest, válida pela Libertadores
Imagem: Robson Mafra/AGIF

Canobbio e Pablo tiveram as duas melhoras chances da 1ª etapa, mas finalizaram mal a poucos metros do gol. As duas jogadas saíram pelo lado esquerdo. Outra arma do Furacão foi imprimir velocidade ao retomar a bola no setor de meio-campo. Hugo Moura foi importante nos desarmes, mas também participando dessas transições. O time circulava com velocidade, os zagueiros arriscavam bons passes, mas as oscilações técnicas perto da área prejudicaram.

Com a bola, a equipe boliviana se limitava a buscar ligações diretas para o centroavante Triverio tentar ganhar dos zagueiros pelo alto e manter a pelota no campo de ataque, mas não teve sucesso. A melhor jogada veio aos 32', em falta cobrada por Saucedo na direção da meta. Bento rechaçou o perigo.

O panorama pouco se alterou até os 15 minutos dos 2º tempo, momento em que Fabio Carille resolveu apostar em Vitinho e Marcelo Cirino, sacando Cuello e o apagado Pablo. Não mudou o desenho da equipe, mas tentou dar mais agressividade. Não demorou para funcionar. Vitinho recebeu em profundidade pela esquerda na sequência, invadiu a área, ''balançou'' na frente de Saul Torres, e acabou derrubado. Terans bateu firme no meio do gol e marcou.

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Hugo Moura briga pela bola
Imagem: Robson Mafra/AGIF

Vitinho ainda chegou perto de balançar as redes aos 32' e aos 37'. Primeiro recebeu um cruzamento de Orejuela e bateu prensado, a bola passou perto da trave direita. Depois foi servido por Marlon e chutou forte no canto direito. Viscarra espalmou. Hugo Moura, um dos melhores em campo, também assustou ao bater forte e rasteiro da entrada da área um pouco antes.

O The Strongest não conseguiu levar perigo e Marlos, que entrou muito bem nos últimos 15 minutos, e Bryan Garcia, obrigaram Viscarra a fazer duas boas defesas. Pelo volume do time da casa e a atitude positiva em campo o tempo inteiro, o resultado ficou barato para os visitantes.

Além da dar confiança e tranquilidade para o início de trabalho de Carille, a vitória fez o Athletico empatar com o Libertad na liderança do Grupo B. Mesmo considerando a diferença técnica entre as equipes, foi possível perceber que o Furacão pode jogar muito mais do que vem apresentando em 2022.