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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Igor Paixão desponta em seu primeiro ano na Série A

Colunista do UOL

31/05/2022 04h00

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O gol marcado por Igor Paixão, no último domingo (29), diante do Botafogo, na vitória por 1 a 0, pela oitava rodada do Brasileirão, foi o décimo do atacante na atual temporada. Desta forma, ele conseguiu igualar, mesmo na metade do calendário futebolístico, o número de gols da temporada passada. Prova de evolução! Principalmente se for considerada a dificuldade de estrear na elite do futebol brasileiro.

Natural de Macapá, no norte brasileiro, Igor Paixão chegou ao Coxa ainda na categoria sub-15. Ganhou espaço na base do clube até se profissionalizar em 2019, quando debutou no time principal em um jogo contra o Toledo, no Campeonato Paranaense. Promovido por Argel Fuchs, começou a ter sequência sob o comando de Umberto Louzer. Participou de forma tímida da campanha que deu o terceiro lugar da Série B de 2019 e o acesso ao Coxa.

Foi emprestado para o Londrina em 2020 e no interior ganhou minutos como titular na Série C. Mais uma vez participou de uma subida de divisão. O Tubarão foi da C para a B. Começou jogando em 21 das 33 partidas em que foi utilizado. Marcou quatro gols, e isso o preparou para lutar por espaço no alviverde. O retorno foi triunfal! Acabou como peça-chave na campanha do vice-campeonato da Série B em 2021. Fez dez gols e deu cinco assistências.

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Os números de Igor Paixão em 2022
Imagem: Fonte: Opta

Prestes a completar 22 anos, ele manteve o status conquistado recentemente e já balançou as redes três vezes em sete jogos na atual Série A. Deu ainda dois passes para gol e contribui de maneira muito efetiva para o Coritiba ter um dos cinco melhores ataques da competição. Participou diretamente de 41% dos tentos da equipe.

Atuando sempre a partir do lado esquerdo do campo, Igor Paixão é o típico ponta agudo que vem sendo produzido de maneira abundante no futebol brasileiro. Rápido e habilidoso. Com personalidade e coragem para arriscar. Oferece alternativas de jogadas individuais diante de defesas mais fechadas. E ataca os espaços nas costas da retaguarda adversária com agressividade.

Ele pode atuar de duas formas diferentes. Um pouco mais aberto. Fixo pelo flanco, mais ''posicional'', recebendo de frente e buscando o mano a mano com o lateral adversário. Ou flutuando para o ''meio-espaço'', entre o lateral e o zagueiro rival. Como tem boa relação técnica com a bola - controle, domínio, condução e boas decisões em espaços curtos -, acrescenta ao abrir o ''corredor'' para a ultrapassagem do lateral, algo bem comum no Coxa.

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Velocidade para atacar as costas da defesa adversária como no gol que marcou contra o Botafogo
Imagem: Rodrigo Coutinho

Além da boa finalização e da capacidade de último passe, Igor também contribui com bolas paradas. Cobranças de escanteios e faltas laterais. Pode melhorar na regularidade em campo. É capaz de grandes jogadas em sequência e lances imprecisos logo depois. Oscila na concentração e isso acaba o prejudicando também na parte defensiva. É inconstante para fechar espaços e combater.

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No ''meio-espaço'', entre zagueiro e lateral adversário. Consegue se sair bem neste setor
Imagem: Rodrigo Coutinho

O amapaense é forte candidato a revelação do Brasileirão 2022. Pode alternar o desempenho ao longo da competição, mas vem provando o seu talento no nível mais alto nacional, certamente já é cobiçado por clubes mais poderosos financeiramente. A diretoria do clube já recebeu consultas pelo atleta e espera que ele supera o lateral Rafinha como a maior venda história coxa-branca.