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Repetir recente desempenho defensivo precisa ser a meta do Vozão
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O Ceará não foi derrotado nas últimas seis partidas e levou apenas quatro gols, todos de ataques poderosos, como os de Flamengo e São Paulo. A mudança de postura do time no momento defensivo, sobretudo nas últimas três partidas, precisa ser o foco alvinegro para o restante da temporada. Desta forma, alcançar determinados resultados será mais palpável.
Dorival Júnior volta a dirigir uma equipe depois de quase dois anos. Os principais trabalhos feitos pelo experiente treinador tiveram como traço marcante a organização ofensiva bem elaborada. Times com ótimo nível de detalhamento das funções individuais e coletivas na hora de atacar. Aos poucos vai desenvolvendo isso no Vozão, mas a chave das boas atuações recentes está em outro detalhe.
Recentemente o Ceará não vinha mostrando competitividade sem a bola. Os jogos contra Flamengo, Botafogo e Red Bull Bragantino foram emblemáticos pela permissividade apresentada. Pouca pressão na bola da primeira linha de marcação, espaçamento entre meio e de defesa, letargia nas coberturas e combates individuais. Fatores que não se repetiram diante de Santos, São Paulo e Independiente.
É verdade que os três últimos duelos aconteceram fora de casa, e diante de equipes consideradas favoritas no confronto direto, o que acaba gerando um poder de mobilização maior. Conseguir esse sentimento e entrega com certa regularidade é o objetivo. Não será possível ter sempre o mesmo comportamento, mas diminuir as oscilações fará o time crescer.
Se compararmos as estatísticas das últimas três partidas com as outras 12 dirigidas por Dorival Júnior, o desnível aparece de forma considerável. O número de finalizações contrárias no alvo, por exemplo, é o mesmo: 4.3 por jogo. Mas no meio dos 12 jogos anteriores estão quatro duelos contra os frágeis Deportivo La Guaira e General Caballero. Times de qualidade bem inferior à média que alvinegro enfrenta.
Esse dado é importante. Quanto mais finalizações na direção do gol o adversário deu, mais liberdade para isso ele teve. Menos arremates foram bloqueados ou feitos em situação de pressão ao homem da bola, gerando uma imprecisão natural.
O aumento nas interceptações de passes rivais por jogo chama a atenção. De 35 em média nos primeiros 12 jogos para 47 nas três partidas mais recentes. Time mais bem posicionado em campo, vai bloquear linhas de passe com naturalidade. Houve também crescimento nas vitórias em duelos individuais defensivos. De 50 para 53%, uma variável relevante dentro deste quesito.
O clássico de logo mais contra o Fortaleza será uma boa oportunidade de afirmar o crescimento defensivo. Na parte ofensiva, Dorival já mostrou ao longo da carreira que tem conteúdo para dar padrões interessantes a um elenco de bom nível e jogadores com características diferentes para combinar.
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