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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

As diferentes fases na carreira e a evolução de Marcos Rocha

Colunista do UOL

12/06/2022 04h00

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Marcos Rocha é um dos laterais mais bem estabelecidos do futebol brasileiro na última década. Revelado pelo Atlético Mineiro há cerca de 15 anos, o atleta é titular na Série A em uma sequência relevante de temporadas. De jogador ''ultraofensivo'' a um atleta mais equilibrado e de bons passes. É interessante observar o amadurecimento dele.

Tricampeão da Libertadores (2013 com o Galo), bi da Recopa Sul-Americana (2014 com o Galo), campeão brasileiro em 2018 e bi da Copa do Brasil (2014 com o Atlético). Os troféus da carreira de Marcos Rocha são relevantes. Isso sem contar seis estaduais, quatro pelo time mineiro e dois pelo Palestra. Trajetória forjada por conquistas e superação de críticas.

A primeira competição profissional jogada pelo lateral foi a Série B de 2008, pelo CRB, quando foi emprestado pelo Atlético Mineiro. Acabou rebaixado, mas atuou em 26 dos 38 jogos como titular e marcou três gols. Voltou ao Galo no ano seguinte. Seria emprestado mais duas vezes para Ponte Preta e América Mineiro.

No Coelho participou de um acesso da Série B para a Série A, e teve sua primeira oportunidade como titular na 1ª divisão, em 2011, já com 23 anos. Mesmo com o rebaixamento do time, voltou com outro status ao seu clube de origem, e passou a ser o principal lateral-direito do elenco com Cuca. Isso se manteve por seis temporadas até deixar Belo Horizonte no final de 2017.

Nesse período Marcos Rocha era reconhecidamente um lateral muito ofensivo. Rápido e dono de pulmões privilegiados, fazia diversas vezes por jogo o movimento de passagem pelo corredor externo do campo, em busca da linha de fundo ou de participar de jogadas mais elaboradas. Era uma arma importante. Pecava em algumas tomadas de decisão e no posicionamento defensivo, algo que seria aprimorado depois.

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Os números de Marcos Rocha em 2022. O mapa de calor deixa nítido sua área de atuação em campo
Imagem: Fonte: Opta

A chegada ao Palmeiras foi determinante. O início da melhora veio já com Luiz Felipe Scolari, em 2018. Se ainda apresentava problemas defensivos em determinados jogos, falhava muito menos do que o lateral que parecia ''só pensar em atacar'' no Atlético. Questionado por boa parte da torcida, ele manteve-se como titular até outubro daquela temporada, quando sofreu uma lesão e ficou de fora do restante do ano.

Fez um gol e deu duas assistências na campanha do décimo título brasileiro alviverde. Seguiu com o mesmo status em 2019. Seja com Felipão ou Mano Menezes, foi titular, ganhou a disputa particular com Mayke. O ano ruim do clube fez com que as críticas fossem mais frequentes em cima do seu desempenho. Rocha já era um lateral mais seguro ali, mas faltavam aprimoramentos para o nível atual.

A chegada de Abel Ferreira foi muito importante. O lateral palestrino foi um dos jogadores mais afetados positivamente. Os erros defensivos diminuíram bastante com o passar dos meses. Até de zagueiro chegou a jogar, compondo uma linha de cinco defensores, e conseguiu evoluir num outro aspecto, algo que é fundamental para exercer a função que faz hoje.

É raro ver Marcos Rocha na linha de fundo atualmente. O jogador está cansado? É um erro dele? Não! Ele é o terceiro elemento à direita na ''saída de três'' feita pelo Palmeiras na maioria dos jogos. Ganhou essa missão pela evolução nos passes iniciais e nas escolhas das jogadas. Principalmente quando precisa executar passes longos, nas costas da defesa, o mineiro de Sete Lagoas se destaca.

Precisa se resguardar para garantir o balanço defensivo do time, ficar por trás da linha da bola e se soltar aos poucos, à medida que a equipe se estabelece no campo rival. Obviamente sua média de gols diminuiu, mas a de assistências cresceu. Foram sete passes para gol desde que o técnico português chegou.

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A saída de três com Marcos Rocha alinhado aos zagueiros
Imagem: Rodrigo Coutinho

Marcos Rocha é um bom exemplo de como o jogador, desde que queira, pode evoluir e aprimorar pontos importantes de suas valências, mesmo com a idade mais avançada em relação ao início da carreira.