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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Galo recupera a ''fome'' de 2021 para dominar o Flamengo

Colunista do UOL

19/06/2022 17h53

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Diversos profissionais do futebol já citaram a dificuldade de manter o foco e a concentração de equipes que conquistam títulos importantes em sequência. Parte dos problemas recentes do Atlético passam por isso. Nada melhor do que mudar tal comportamento diante de um dos principais rivais. O Galo engoliu o Urubu na intensidade e se aproximou de sua melhor versão do ano passado.

Turco Mohamed teve os retornos de Allan, Jair e Vargas. Escalou o Galo num 4-2-3-1. Já Dorival Junior optou por Vitinho no lugar de Bruno Henrique. Manteve o 4-3-3 de seus dois primeiros jogos. Andreas mais adiantado em relação a João Gomes. Rodrigo Caio voltou à zaga.

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Como Atlético Mineiro e Flamengo comaçaram a partida válida pela 13ª rodada do Brasileirão 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

O caráter competitivo do duelo da final da Supercopa do Brasil, em fevereiro, foi repetido pelo Galo no 1º tempo. Teve a bola desde o início e apresentou movimentos mais bem coordenados em relação ao Flamengo. Jair e Nacho circulavam bastante na intermediária, infiltravam na área. Vargas tinha liberdade para flutuar a partir da direita. Hulk buscava os espaços, Arana e Keno eram agressivos pela esquerda.

O Flamengo bem que tentou. Até apresentou um bom posicionamento em sua última linha defensiva. Dentro do que consegue fazer, pela característica dos jogadores de meio e ataque, buscou ser agressivo sem a bola, mas não teve sucesso. Foi cedendo espaços, principalmente pelo lado esquerdo, setor em que Andreas Pereira e Everton Ribeiro não chegavam nem perto de brecar Guilherme Arana, e sofreu o gol por ali.

O lateral do Galo teve liberdade e levantou para a cabeçada de Keno. Diego Alves espalmou e Nacho marcou no rebote. Além de mais agudo com a bola, os mineiros eram intensos na hora de marcar. Pressionavam com força e reagiam rápido ao perder a posse. O rubro-negro não dava respostas a altura. Andreas Pereira, em duas finalizações perigosas nos primeiros dez minutos, foi quem mais levou perigo.

A saída de Jair lesionado aos 31' representou menos poder de entrada na área ao Galo, mas por outro lado aumentou ainda mais a ''pegada'' pra marcar. Arrascaeta, Vitinho, Gabigol e Everton Ribeiro não ''andavam'' em campo. Dorival quis acrescentar mais robustez ao time sacando Vitinho e Andreas para as entradas de Marinho e Willian Arão. Arrascaeta foi jogar pelo lado esquerdo e Everton Ribeiro mais centralizado.

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Pablo e Hulk duelam durante a partida entre Atlético-MG x Flamengo, pelo Brasileirão 2022
Imagem: Alessandra Torres/AGIF

O problema é que Arão e Marinho não vivem bom momento e passam longe de oferecer a competitividade que o Flamengo necessitava. O Galo recuou e não fez tanta questão de ter a bola, mas também não corria riscos. Protegia a área e acompanhava a lenta troca de passes rubro-negra. Rubens e Ademir entraram pelos flancos para explorar os espaços que o time carioca passou a ceder para os contra-ataques.

Allan teve grande atuação no meio-campo. Marcou de forma implacável nos duelos defensivos, e ainda distribuiu com maestria as jogadas. Do outro lado, Arrascaeta e Everton Ribeiro passaram muito longe do nível habitual. O Flamengo chegou a incomodar em bolas paradas aéreas, mas sofreu o segundo no fim. Hulk escorou de cabeça um lançamento de Mariano e Ademir dominou antes de bater no canto esquerdo.

Diego entrou na vaga de João Gomes nos últimos minutos, evidenciando a necessidade de Dorival desapegar de algumas peças do elenco. Everton Ribeiro, Arão e Diego, principalmente, não dão respostas esperadas há alguns meses e seguem ganhando minutos sem justificativa alguma. Para o Galo, manter boa parte da entrega e da concentração vistas na tarde deste domingo é o caminho para voltar a crescer.