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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palmeiras liga modo Libertadores e meio jogo é suficiente pra bater o Cerro

Colunista do UOL

29/06/2022 21h08

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A exemplo do que fez nas duas últimas edições de Libertadores, o Palmeiras teve um comportamento cauteloso em parte do primeiro jogo das oitavas de final, diante do Cerro Porteño. Não sofreu na defesa, não se expôs no ataque, e esperou o momento certo para decidir sua vida. Cresceu na 2ª etapa. Mostrou em poucos minutos toda a superioridade que tem diante do time paraguaio.

O lendário Francisco Arce montou um Cerro bem fechado. Teve os desfalques dos zagueiros Patiño e Rolón. Riveros entrou na zaga. Três volantes na faixa central e um lateral-direito de origem na ponta. Braian Samudio estreou no comando do ataque. Já Abel Ferreira promoveu o retorno de Raphael Veiga aos time titular. Verón foi pro banco e Scarpa mudou de função em relação aos últimos jogos.

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Como Cerro Porteño e Palmeiras começaram o jogo válido pelas oitavas de final da Libertadores 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Para quem tem insônia, assistir ao 1º tempo em Assunção foi uma grande oportunidade para dormir. Disputado de forma excessivamente lenta e cautelosa pelas duas equipes. O Palmeiras não subiu a marcação com frequência, e permitiu que o Cerro Porteño tivesse mais posse de bola do que o imaginado inicialmente. Isolou, porém, os paraguaios dos metros finais do campo, e não foi tão incomodado.

Trocando passes numa ''zona morta'', os anfitriões mostravam também a limitação que possuem para construir diante de um rival mais qualificado. Carrascal retornava para fazer a saída de bola junto aos zagueiros e ao goleiro brasileiro Jean, mas era pouco. Não havia movimentos que gerassem volume ao time no campo rival, e a ocupação de espaços era confusa. O Palmeiras controlou sem tanto esforço.

O time brasileiro, por sua vez, não arriscava quando tinha a bola. Se mexendo sem tanta intensidade, não conseguia fugir de alguns encaixes de marcação dos paraguaios. Piris da Motta seguia Veiga. Cardozo Lucena esperava os avanços de Zé Rafael e Carrascal buscava Danilo. Espínola e Alan Rodriguez fizeram um bom trabalho de perseguições a Scarpa e Piquerez. Alan Rodriguez fez o mesmo com Dudu.

O Verdão errou muitos passes nas poucas vezes em que tentou ser mais agudo, mas na 2ª etapa as coisas melhoraram. O time começou a engrenar a partir de duas boas finalizações em jogadas ensaiadas de bola parada. Danilo e Gustavo Gómez perderam ótimas chances. Isso parece ter abalado um pouco a confiança dos paraguaios e o Palmeiras se soltou.

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Piris da Motta marca Raphael Veiga de perto. Uma constante na partida.
Imagem: NORBERTO DUARTE / AFP

Aos 15', Piquerez, que fez um ótimo jogo, avançou pela esquerda e deixou para Gustavo Scarpa cruzar na medida. Rony atacou o espaço entre Riveros e Alan Rodriguez e marcou de peixinho. O gol destravou as coisas. O Cerro arrefeceu a marcação e os movimentos palmeirenses voltaram ao normal.

Dudu cresceu em campo e construiu uma linda jogada em contra-ataque aos 22'. Tabelou com Veiga, invadiu a área e serviu Rony. O camisa 10 marcou o seu 16º gol com a camisa do Palmeiras em Libertadores. O líder da histórica artilharia alviverde na competição. Ainda deu tempo de Murilo colocar números finais nos últimos minutos e selar uma vitória que deve dar a possibilidade de poupar os titulares na próxima semana.