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Entenda por que Vitor Roque, joia do Athletico-PR, chama tanta atenção
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Captar jogadores em idade de base e desenvolvê-los para lucrar econômica e esportivamente com eles. Esta é uma das políticas bem resolvidas no Athletico-PR. Os exemplos são vários nos últimos anos, e a mais nova aposta começa a se colocar num lugar de destaque. Vitor Roque tem apenas 17 anos e custou R$ 24 milhões ao Furacão.
O garoto, natural de Timóteo, cidade a cerca de 300 km de Belo Horizonte, começou na base do América-MG e se transferiu aos 14 anos para o Cruzeiro, numa negociação bem polêmica. O Coelho acusou a Raposa de aliciamento e conseguiu na Justiça o direito a 35% dos direitos econômicos do atleta. O Cruzeiro chegou a sofrer um boicote na época do imbróglio e ficou de fora de algumas competições da base.
Ele subiu aos profissionais do time celeste em outubro do ano passado, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. A transferência para o Furacão veio em abril deste ano, e Vitor deixou o Cruzeiro com 16 jogos como profissional, sete como titular, e seis gols marcados. Um bom início, e que ganha continuidade na Baixada.
Roque estreou no Athletico contra o Atlético-MG, pela segunda rodada do Brasileirão, e saiu do banco para o campo em outras sete partidas até começar como titular diante do Red Bull Bragantino, há dez dias. Não fez gol, mas teve atuação competitiva. Foi o suficiente para Luiz Felipe Scolari apostar nele num jogo grande. Iniciou o primeiro duelo pelas oitavas da Libertadores contra o Libertad, e foi o melhor em campo.
A lesão de Pablo abriu uma brecha que certamente tem causado dúvidas na cabeça de Felipão. Não que seja necessariamente um centroavante. Pelo contrário. Na base e nas primeiras partidas como profissional atuou bastante pelo lado direito do ataque, outra posição que parece em aberto no time titular do Athletico, ou como um dos atacantes de uma dupla, sempre com liberdade de movimentação.
É interessante observar a personalidade de Vitor Roque. Dificilmente sente a carga emocional e é agressivo o tempo inteiro. Até mesmo nos momentos defensivos, dá boas respostas pressionando a saída de bola rival. Obviamente que ainda vai amadurecer cognitiva e fisicamente para tomar decisões mais efetivas em campo, mas suporta bem as cargas de zagueiros maiores. Tem só 1,72m, mas é forte.
É destro. Tem uso frequente e eficaz da perna esquerda, raciocínio rápido em espaços curtos, repertório de drible. A explosão em distâncias curtas chama a atenção. Não mantém a velocidade em espaços maiores, mas não se trata de um atacante lento. É bem ágil. Gosta do enfrentamento individual.
Na parte tática, quando joga centralizado no ataque, se destaca realizando diagonais curtas entre os defensores para atacar a profundidade. Faz bons pivôs em passes rasteiros também.
Quando atua como ponta, pode ser um jogador mais posicional, aguardando a bola chegar e buscar as jogadas de linha de fundo ou na direção da área. Funciona melhor, porém, com mais liberdade de circulação, sem a bola, para a área ou no ''meio-espaço'', nas costas dos volantes rivais, entre o quarto zagueiro e o lateral-esquerdo.
As finalizações, ponto determinante para um atacante, são potentes e precisas em sua maioria. Tem ambição de se colocar frequentemente numa região em que terá mais oportunidades de arrematar, e é criativo para achar brechas e chutar. Precisa melhorar o poder de articulação fora da área a partir de seus passes.
Vitor Roque tem potencial para integrar a seleção brasileira e atuar numa liga importante do futebol europeu. Se conseguir um desenvolvimento natural na carreira, sem graves lesões ou problemas extracampo, será um atacante importante do Brasil em poucos anos.
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