O que Diego Souza e Hulk têm em comum?

Ambos possuem físico avantajado para o padrão de um jogador de futebol, atuam como referências ofensivas das suas equipes e já vestiram a camisa da seleção brasileira. Mas, não! O que une Diego Souza e Hulk neste momento é a eficiência nas chances reais de gol que tem. Nos últimos três anos, os dois defendem um percentual de aproveitamento melhor do que qualquer outro atacante do futebol brasileiro.

As coincidências param por aí, alguns podem dizer. Estes não deixam de ter razão sob determinada ótica, mas Diego Souza, mesmo longe da sua melhor forma física, segue sendo muito importante para o contexto do Grêmio. Talvez tanto quanto Hulk no Galo.

São 23 jogos para o gremista em 2022. 12 gols e duas assistências. Mais de uma participação direta em gols do Tricolor a cada duas partidas. Já o atleticano marcou 23 gols e deu cinco assistências em 30 jogos. Números mais relevantes. Totalmente condizente com o momento individual que cada um vive e o coletivo de suas equipes.

É possível dizer que o Grêmio teria ainda mais dificuldades para fazer gols se não fosse o experiente centroavante. Sete dos 13 tentos do Imortal na Série B foram anotados por Diego Souza. É o líder da competição em ''geração de gols''. O velho ditado ''ruim com ele, pior sem ele'' é um mantra repetido por diversos torcedores gremistas neste momento.

A estatística é precisa em detalhar as oportunidades claras de gol. É diferente do acerto nas finalizações, algo que nem sempre é correto para entender o real potencial de um atacante.

Um atleta pode tirar a bola do alcance do goleiro e acertar a trave depois de driblar três adversários. Este arremate será contabilizado como errado. Ao mesmo tempo, pode sair cara a cara e bater em cima do arqueiro. Esta finalização será contabilizada como correta.

No levantamento de grandes chances convertidas ou desperdiçadas, feita no período dos últimos três anos, para ter uma base mais sólida de análise, são consideradas as oportunidades a poucos metros do gol, de frente para o goleiro e sem tantos adversários em condições de bloquear o chute.

Chama a atenção a presença de Marcos Leonardo, centroavante do Santos, entre os primeiros da lista. Parte dos jogos em que entrou em campo nos últimos três anos ocorreu na base, mas a grande maioria deles foi já no profissional, e a resposta é muito positiva. Principalmente se considerarmos o processo de amadurecimento dele como atleta. Sinal de que o jovem de 19 anos tem um futuro brilhante pela frente.

Diego Souza pode não ser o centroavante dos sonhos da torcida tricolor. Há rejeição pelo desempenho e o comportamento no rebaixamento do ano passado, mas o retorno à elite passa pelos gols dele, principalmente num time pobre ofensivamente. Ele não é o segundo maior artilheiro da história do Brasileirão de pontos corridos por um acaso.