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Números defensivos do Fluminense mostram aprimoramento do estilo Diniz
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O Fluminense faz ótima campanha no Brasileirão, conseguiu vantagem sobre o Fortaleza nas quartas de final da Copa do Brasil, está invicto há 11 jogos, e apresenta um nível de futebol que o coloca entre os melhores times do país neste momento. A influência de Fernando Diniz no aspecto ofensivo é grande. Seu jogo é voltado para isso. Mas indicadores defensivos da equipe dão a exata noção do quanto o trabalho também é bom neste sentido.
A começar pela média de gols sofridos. O dito popular indica que as equipes de Fernando Diniz levam muitos gols. Até aqui, nesta passagem de quase três meses no Fluminense, são 17 tentos sofridos em 22 jogos. Média de 0,77, a segunda melhor entre os clubes da Série A no período. Só fica atrás do Palmeiras.
Outros dados bem específicos chamam a atenção. O primeiro deles é o percentual de vitórias em duelos defensivos. 63% das disputas iniciadas em ataques adversários são vencidas pelo Tricolor, melhor do que qualquer outro time do Brasileirão 2022. Isso ajuda bastante a ser uma das equipes que menos sofrem finalizações em média na competição. Apenas nove por jogo, só perde para Flamengo, Fortaleza e Atlético Mineiro no quesito.
Mais um detalhe é a dedicação dos atletas no momento em que o Fluminense perde a bola. Isso é fundamental para não ficar tão exposto a contra-ataques. Existe uma forma de medir a intensidade de um time nos momentos em que o adversário está com a posse. Ela computa a quantidade de desarmes, duelos e interceptações a cada minuto de posse rival. Na Série A o Fluminense tem o índice 6.3, apenas atrás do Avaí, que tem 6.4.
Se o assunto for o número de interceptações, há também a demonstração científica de um bom desempenho. Mesmo sendo a equipe que mais fica com a posse de bola na competição, é o sétimo time que mais intercepta ações rivais. Quanto mais tempo você tem a pelota, consequentemente terá menos possibilidades de se destacar neste dado, mas os cariocas se colocam acima de rivais com características mais defensivas, como o Cuiabá por exemplo.
A desconfiança sobre a continuidade do bom desempenho do Fluminense justificável pelo histórico de Fernando Diniz em trabalhos recentes. O São Paulo, que liderou boa parte do Brasileirão 2020 sob o seu comando e acabou demitindo o treinador antes do término da competição, é um bom exemplo. Geralmente tem boas largadas em seus trabalhos e encontra dificuldades para sustentar depois, mas isso pode ser diferente desta vez.
O destaque em estatísticas defensivas talvez seja o melhor indicativo de evolução naquilo que se normalizou ao apontar o principal defeito de seus trabalhos. A insegurança na retaguarda, a exposição excessiva aos contragolpes adversários. Treinadores e jogadores mudam. Podem evoluir ou não.
Se um aprimoramento de fato das ideias de Diniz está ocorrendo, só o tempo pode dizer. Dar um voto de confiança a quem busca fazer algo diferente da maioria é saudável para todos que trabalham no futebol. Abre a mente e amplia o debate sobre o jogo, o que deveria ser sempre a pauta principal nas conversas sobre o esporte mais popular do Planeta.
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