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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Galo diminui distância para o Palmeiras, mas é punido com o veneno verde

Colunista do UOL

03/08/2022 23h29

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O ótimo 2x2 entre Atlético e Palmeiras no Mineirão aumentou ainda mais as expectativas para a decisão da próxima semana, no Allianz Parque. Os mineiros mostraram mobilização e, durante 60 minutos, recuperaram boa parte do que apresentaram no ano passado. Os paulistas, porém, reafirmaram sua força. Fizeram um jogo irregular, mas suportaram, sobreviveram, e foram buscar o empate com muita força mental.

Cuca teve os importantes desfalques de Guilherme Arana e Allan. Optou por Rubens na lateral. Otávio fez a dupla de volantes com Jair. Nacho Fernandez perdeu a vaga no time. Zaracho jogou centralizado no meio-campo. Ademir e Keno foram os pontas. Abel Ferreira não pôde contar com Rony mais uma vez. ''Flaco'' López atuou no comando do ataque.

O Atlético amassou o Palmeiras no 1º tempo. Poderia ter ido para o intervalo com uma vantagem maior do que a construída com o gol de pênalti, de Hulk, aos 45 minutos. Foram nove ações ofensivas de destaque na primeira metade do jogo. Muita intensidade na movimentação, coordenação nos ataques à profundidade, e soberania diante de um Palmeiras muito mais passivo que o costume.

Keno e Ademir foram importantes. Flutuavam dos lados para o centro, atacavam as costas da zaga palmeirense também, aproveitavam a lacuna criada pelos recuos de Hulk. O camisa 7 era o principal alvo dos passes. Dos pés dele vinha a agressividade. Conseguia tirar da última linha alviverde um dos zagueiros, que seguiam o atacante, obedecendo ao sistema de marcação por encaixes e perseguições do time.

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Como Atlético e Palmeiras iniciaram o primeiro jogo válido pelas quartas de final da Libertadores 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Jair infiltrava. Zaracho se mexia muito. Zé Rafael e Danilo encontravam dificuldades para brecá-los. Os laterais acrescentavam bons passes para o terço final do campo. Sem a bola, os mineiros eram muito firmes. Reagiam rápido ao perder a bola e adiantavam a marcação com ''pegada'', além de organização para forçar ligações diretas do Palmeiras ou erros na saída de bola.

Antes do gol de Hulk, Keno e Ademir já tinham perdido grandes chances. O Verdão era letárgico na movimentação ofensiva. Não conseguia impor fluência em sua troca de passes, tão pouco velocidade para iludir a marcação alvinegra. Gustavo Scarpa destoava positivamente. Em falta de longe, protagonizou a única finalização perigosa da equipe no 1º tempo. Dudu tentava algo sem companhia pela direita.

Abel inverteu o lado de Dudu e Scarpa. A proposta era mantê-los mais abertos, tentando alargar a última linha de defesa do Galo, forçando a condição da jogada individual ou proporcionando espaços de infiltração a outros jogadores pelo meio. Mas não deu nem tempo de analisar isso. O Atlético manteve a postura do 1º tempo e ampliou aos dois minutos. Keno tabelou com Jair e cruzou rasteiro. Murilo marcou contra.

Zaracho quase fez o terceiro pouco depois. A blitz do Galo seguia, mas Gustavo Scarpa novamente mostrou porque é o jogador mais regular do Verdão no momento. Bateu falta do bico direito da grande área, a bola explodiu no travessão, e Murilo marcou no rebote, se redimindo do gol contra marcado dez minutos antes.

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Murilo diminui para o Palmeiras contra o Atlético-MG, pela Libertadores
Imagem: Alessandra Torres/AGIF

O tento fez com que o Atlético tivesse o seu ímpeto esfriado, e o Palmeiras entrou de fato no jogo. Começou a ficar mais tempo com a bola e circular com desenvoltura no campo de ataque. Gabriel Menino entrou mais adiantado que o costume e bem ao substituir Veiga. Dudu começou a ser acionado em melhores condições. O Galo sentiu fisicamente. Fez um 1º tempo muito forte e caiu naturalmente o nível de intensidade.

Dudu teve uma grande oportunidade aos 37'. Scarpa, sempre ele, recebeu de Mayke em profundidade pela direita e cruzou rasteiro. Mariano escorregou e o camisa 7 bateu mal, pra fora, diante de Éverson. O Atlético já não atacava mais.

Era a vez do Palmeiras dar as cartas perto da meta rival, e o empate veio aos 47'. Scarpa bateu escanteio na segunda trave, Dudu escorou de peixinho e Danilo marcou. Quem ama o futebol e gosta de um jogo de alto nível tem um compromisso inadiável ás 21h30 da próxima quarta-feira.