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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O imponderável não ajudou a estratégia de Felipão desta vez

Colunista do UOL

17/08/2022 23h27

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Bem que o Furacão tentou ser mais agressivo em relação ao primeiro jogo, mas não deu. Voltou a recuar demasiadamente no início do 2º tempo e foi punido por um Flamengo mais criativo, desta vez dentro da Arena da Baixada. Por uma obra do acaso o rubro-negro carioca não construiu a vantagem no duelo do Maracanã, quando foi amplamente superior e produziu bastante. Nesta quarta-feira, o ''aleatório'' não entrou em campo e o Mais Querido jogará as semifinais da Copa do Brasil.

Luiz Felipe Scolari repetiu o esquema com três zagueiros e três volantes que havia utilizado no Maracanã. As entradas de Matheus Felipe na zaga e Pablo no ataque foram as novidades. Já Dorival Junior não teve David Luiz e Thiago Maia suspensos. Fabricio Bruno e Vidal entraram. João Gomes jogou mais recuado.

Travado, nervoso e com um leve predomínio do Flamengo. Assim foi o 1º tempo. Ao contrário do que fez no primeiro jogo, o Furacão teve uma estratégia mais agressiva com a bola. Fez ligações diretas endereçadas ao lado direito da defesa do time carioca em sua grande maioria, e tentou resolver rápido as jogadas com aproximações entre Terans e Abner. Quando isso não era possível. Fernandinho controlava o ritmo.

O time, porém, não conseguiu nenhuma finalização contundente. O Flamengo encontrou algumas dificuldades para encaixar a marcação na metade inicial da 1ª etapa. Demorou a se encontrar com João Gomes protegendo os espaços na frente da área, mas depois que se organizou, se instalou de vez no campo rival. Gabigol foi o responsável pelo chute mais perigoso da equipe aos 41'. Arrascaeta já tinha assustado antes.

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Como Athletico e Flamengo entraram em campo no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Faltou mais velocidade e segurança nas ações ofensivas do rubro-negro carioca. Errou muitas jogadas pela não-adaptação ao gramado sintético, principalmente com Everton Ribeiro. O lado direito era o mais produtivo com as movimentações de Gabigol e as subidas constantes de Rodinei. Vidal organizava bem os ataques. Arrascaeta estava apagado e o mesmo volume não era visto pelo lado esquerdo.

Nenhuma das duas equipes quis adiantar o bloco de marcação com frequência. Um óbvio retrato de cautela. No 2º tempo as coisas mudaram. O Flamengo foi um time mais agressivo. Subiu a marcação e teve ações contundentes com a bola. Girou a posse na intermediária rival e voltou a ser agudo pelo lado direito. Criou quatro chances nos primeiros dez minutos e abriu o placar.

Bento fez três boas defesas em finalizações de Rodinei e Arrascaeta, mas não pôde fazer nada na meia-bicicleta de Pedro. Ele emendou após o cruzamento de Rodinei e boa jogada de Everton Ribeiro. O próprio camisa 7 quase marcou o segundo aos 19'. Melhorou demais depois do intervalo. Gabigol perdeu uma chance incrível de ampliar aos 30'. Sem goleiro, recebeu o passe de Pedro, e mandou na trave esquerda.

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Pedro, do Flamengo, comemora gol contra o Athletico-PR pela Copa do Brasil
Imagem: Gabriel Machado/AGIF

Os gols perdidos fizeram com que o Flamengo tivesse um final de jogo menos tranquilo. Felipão colocou Canobbio, Cuello, Vitor Bueno e Vitinho em campo. Sacou um volante e um zagueiro, e o time da casa, enfim, tornou-se presente no terço ofensivo.

Cuello e Erick assustaram em chutes da entrada da área. O argentino também chegou perto de empatar em desvio de cabeça. Santos, como de praxe, esbanjou segurança quando exigido. Com a vitória, o Flamengo igualou o Grêmio no topo do ranking dos clubes que mais participaram de semifinais de Copa do Brasil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL