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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

É fácil fazer gol no inocente, impreciso e exposto São Paulo

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A cada jogo importante o problema se repete. Seja em falhas individuais ou coletivas. Seja em erros de atenção, técnicos ou táticos. Seja por pecados de seus goleiros. Não importa de que maneira. O certo é que o São Paulo oferecerá valiosas oportunidades a seus adversários. E eles têm aproveitado. Como o Atlético Goianiense, que fez um jogo mais equilibrado, se aproveitou da precoce expulsão de Igor Gomes, e saiu na frente na luta por uma vaga na decisão da Copa Sul-Americana

Estreando em plena semifinal, Eduardo Baptista mexeu na estrutura do time. Escalou o time numa interessante variação entre os momentos com e sem a bola. Em fase ofensiva, os goianos tinham Jefferson alinhado aos zagueiros para fazer uma ''saída de três''. Dudu se soltava como um ''ponta'' pela direita. Marlon Freitas flutuava para o meio. E Welington Rato ficava aberto pela esquerda.

Sem a bola, o Dragão se protegia em um 4-4-2, com Marlon Freitas protegendo o flanco direito da linha de meio-campo, e Welington Rato fazendo o mesmo pela esquerda. Já Rogério Ceni optou por Pablo Maia ao invés de Gabriel Neves na frente do trio de zaga. Luciano formou o ataque com Calleri. Ferraresi seguiu naturalmente no miolo de zaga.

O 1º tempo foi marcado pelo equilíbrio. Seja nos erros ou nos acertos, Atlético Goianiense e São Paulo se equivaleram. O Tricolor começou empurrando os anfitriões para trás. Parecia que tomaria conta das ações, mas além de encontrar dificuldades para penetrar na defesa rival, foi surpreendido basicamente na primeira vez em que os goianos circularam a bola no campo de ataque.

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Como Atlético Goianiense e São Paulo começaram o primeiro jogo das semifinais da Copa Sul-Americana 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Faltou contundência nos encaixes de marcação são-paulinos. Dudu recebeu em profundidade de Marlon Freitas. Nestor e Reinaldo bobearam, assim como Ferraresi, que mal posicionado, não defendeu devidamente o espaço atacado por Jorginho. O camisa 10 concluiu o cruzamento rasteiro do lateral e abriu o placar aos 11 minutos.

O gol deixou o São Paulo mais ansioso. Os erros com a bola aumentaram, mas a reação ocorreu. Em uma pressão pós-perda de Reinaldo e Nestor, a dupla se redimiu da postura frágil no lance do gol rubro-negro. Roubaram de Edson Fernando. O camisa 25 carregou em contragolpe e cruzou para Luciano cabecear no canto esquerdo de Renan.

O jogo seguiu na mesma toada. Momentos de posse do São Paulo sem criatividade no ataque. E períodos de ataques do Atlético com pouca contundência. Os sistemas de marcação se intensificaram. Os cartões apareceram. E Igor Gomes, que já vinha mal, acabou expulso. Levou dois amarelos em sete minutos e deixou sua equipe com um homem a menos.

Ceni agiu rápido e mexeu ainda no 1º tempo. Sacou Reinaldo e Ferraresi. Desfez a linha de três zagueiros. Welington e Patrick entraram. O time passou a um 4-3-2, com Calleri e Luciano na frente. Luciano e Patrick pelos lados. O lado esquerdo da defesa estava mais reforçado. Eduardo Baptista reagiu no intervalo. Shaylon e Hayner entraram nos lugares de Baralhas e Dudu.

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Como as equipes ficaram depois das mexidas de Ceni e Eduardo Baptista para o 2º tempo
Imagem: Rodrigo Coutinho

O início do 2º tempo teve a cara que se esperava. O Tricolor retraído e o Dragão tentando encontrar espaços. O time da casa nem foi tão criativo, mas também nem precisou. Marlon Freitas cruzou rasteiro aos 11 minutos e Jandrei, que estava inteiro no lance, inexplicavelmente não cortou o passe. A bola bateu em Diego Costa e se ofereceu para Shaylon empurrar ao gol vazio.

O Dragão tinha a opção de manter-se agressivo para forçar um placar elástico ou especular com a necessidade de o Tricolor empatar. Adotou a segunda estratégia e o São Paulo inocentemente se abriu. Marcos Guilherme e Gabriel Neves foram a campo. Léo Pereira entrou no rubro-negro. O rápido ponta foi lançado por Arthur Henrique em contra-ataque, fez Diego Costa ''comer poeira'' e bateu na saída de Jandrei aos 32'.

Não é impossível o São Paulo reverter o marcador e se classificar a mais uma final de Sul-Americana, mas terá que buscar em uma semana algo que não teve em nenhum momento desta temporada. Regularidade e segurança. O Atlético Goianiense está bem perto de viver o momento mais especial de seus 85 anos de história.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado no texto, a assistência no gol do São Paulo foi de Nestor, e não de Reinaldo. O erro foi corrigido.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL