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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Johnny, o Bravo do momento no meio-campo do Inter

Johnny, volante do Inter, em ação pelo clube durante jogo no Beira-Rio - Ricardo Duarte/Inter
Johnny, volante do Inter, em ação pelo clube durante jogo no Beira-Rio Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Colunista do UOL

04/09/2022 04h00

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Se houve algo de positivo na eliminação do Inter para o Melgar nas quartas de final de Copa Sul-Americana, foi o espaço aberto para a efetivação do volante Johnny como titular. Desde a traumática queda nos pênaltis em pleno Beira-Rio, Mano Menezes vem escalando o jovem de 20 anos na vaga que era de Edenilson, e ele acrescenta mais ao time neste momento.

O camisa 8, apesar do gol marcado contra o Juventude na última rodada, vive um momento de desgaste com os torcedores. Não são poucos os que pedem a saída dele do clube. E Mano foi inteligente ao buscar uma solução dentro do elenco. Johnny cumpre as duas funções que o experiente meia fazia.

Uma delas consiste em formar uma trinca de meio com Gabriel e Carlos de Pena. Um pouco mais adiantado, na meia direita, foi desta forma que se comportou na vitória por 3 a 0 contra o Fluminense. A outra é ser um ''falso ponta'' pela direita. Fecha o setor alinhado aos meio-campistas no momento defensivo. E no momento ofensivo entra em diagonal para o centro do campo, buscando atacar a área ou auxiliar Maurício e De Pena na articulação central.

A vitalidade de Johnny vem sendo fundamental para que o time ganhe mais pegada no campo rival. Seja nos movimentos de infiltração, subidas de marcação, ou nas pressões pós-perda, tem mostrado imposição. Marcou dois gols contra o Juventude e deu uma assistência contra o Fluminense. 10 das 21 bolas que recuperou para o Inter nos últimos três jogos foram retomadas no gramado ofensivo.

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Como um dos meias no 4-1-4-1
Imagem: Rodrigo Coutinho

Nascido na cidade de Denville, em Nova Jersey, Estados Unidos, ele passou a morar no Brasil com apenas três meses. Seus pais viajaram para tentar a vida lá, mas voltaram ao país por saudade dos familiares. Criado em Criciúma (SC), chegou ao Colorado na categoria sub-17 e não demorou a se destacar.

Sempre recebeu sondagens das seleções de base americanas e já tem três jogos pelo time principal desde novembro de 2020. Mesmo que seja improvável uma ida para a Copa do Mundo, sua subida de produção recente repercute na imprensa local.

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Já quando atua de ''falso ponta'' e a equipe está atacando. Movimento de flutuação com e sem a bola para o meio, abrindo o corredor para Bustos passar
Imagem: Rodrigo Coutinho
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Sem a bola, recompondo pelo lado direito do meio-campo
Imagem: Rodrigo Coutinho

Campeão brasileiro de aspirantes pelo Inter em 2019, ele estreou nos profissionais naquela mesma temporada. Jogou 15 minutos numa vitória sobre o Atlético Mineiro fora de casa. De lá pra cá participou de 85 partidas, 41 como titular. Fez cinco gols e deu três assistências. Além de auxiliar no aumento da imposição física colorada, Johnny possui boa técnica e potencial de articulação e finalização. Chegou a jogar como centroavante nas divisões de base.

A sequência vai dizer se Johnny será de fato um titular absoluto do Internacional. Por hora vem provando que a tão sonhada renovação do time pedida pelos torcedores pode acontecer com pitadas de qualidade doméstica. Há ótima margem de evolução para o meio-campista.