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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Haaland era a peça que o City precisava para ampliar o seu repertório

Colunista do UOL

14/09/2022 17h54

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Se faltava alguém para se impor na área, oferecer um contraponto ao estilo do time em alguns momentos, e converter em gols a altíssima criatividade da equipe, não falta mais. Haaland, de forma acrobática e decisiva, virou um jogo complicadíssimo diante do seu ex-clube, Borussia Dortmund, e deu mais uma vitória ao Manchester City na Champions League. Já são 13 bolas na rede em nove partidas na temporada.

Pep Guardiola não teve Walker e optou por Stones na lateral-direita. João Cancelo foi para a esquerda. Deixou Bernardo Silva no banco e Gundogan entrou no meio-campo. Já o jovem Edin Terzic reforçou o meio com a entrada de Emre Can.

Mesmo com apenas uma finalização nos 45 minutos iniciais, é possível dizer que o Borussia Dortmund foi mais feliz que o Manchester City ao executar a sua proposta de jogo no 1º tempo. Conseguiu ter segurança, impedir a criação dos ingleses de forma completa, e ainda apresentou períodos de arrefecimento da tentativa de pressão dos anfitriões. Trocou passes e tirou a bola da zona de pressão adversária.

Os Citizens até tentaram ''sufocar'' nas pressões pós-perda da bola, mas os aurinegros mostraram frieza e organização para sair deste cenário. Nem sempre aceleraram. Na maioria das vezes optaram por circular sem tanta pressa. Mexendo com os nervos da equipe da casa. Orzan, Emre Can e Bellingham geriam bem o ritmo. Reyna e Reus davam opções de passe logo a frente. Sule e Hummels iniciavam com precisão.

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Como Manchester City e Borussia Dortmund começaram o jogo válido pela 2ª rodada do Grupo G da Champions League 22-23
Imagem: Rodrigo Coutinho

A finalização mais perigosa da 1ª etapa foi justamente a única do time alemão. Orzan limpou a marcação no bico esquerdo da grande área e bateu colocado para a defesa de Ederson. O City arrematou quatro vezes, três delas bloqueadas, a outra, bem longe da meta. Isso dá a dimensão da dificuldade de penetração. Fruto não só da excelente marcação do Dortmund, mas da pouca agressividade inglesa.

Mahrez e Grealish até foram acionados pelos flancos, mas a marcação dobrava neles e faltavam movimentos de infiltração por dentro ou ultrapassagem por fora. Não eram ajudados. Cancelo e Stones trabalharam na mesma linha de Rodri, e se soltaram pouco para chegar ao terço final do campo. Gundogan e De Bruyne não encontravam os espaços. Haaland era muito pouco acionado.

As coisas não mudaram no 2º tempo e os contra-ataques alemães se tornaram mais perigosos. Reus teve uma grande chance aos seis minutos, mas mandou pra fora. Bellingham seguia desfilando no meio. Marcava com competência e acionava rapidamente os atacantes. Ainda chegava na grande área para complementar as jogadas. Foi desta forma que desviou de cabeça e abriu o placar ao aproveitar passe de Reus.

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Pep Guardiola dá instrução ao Manchester City durante jogo com o Borussia Dortmund
Imagem: Michael Bulder/NESImages/DeFodi Images via Getty Images

Bernardo Silva, Foden e Julián Álvarez foram a campo nas vagas de Gundogan, Grealish e Mahrez. O City ficou mais leve e móvel. Enfim conseguiu aumentar a produtividade de seus ataques. O problema é que a dupla Hummels e Sule esbanjou segurança e precisão na proteção da área. Haaland chegou a ter uma boa chance em passe de De Bruyne em profundidade, mas mandou na rede pelo lado de fora.

O jogo era outro e Schlotterbeck entrou para ser o terceiro zagueiro alemão. A tentativa era brecar a forte pressão inglesa, mas não funcionou. Stones recebeu de De Bruyne no bico direito da grande área e mandou no ângulo de Meyer. A virada estava desenhada e veio na sequência. João Cancelo cruzou primorosamente de três dedos na segunda trave e Haaland se jogou na bola para marcar nas costas do zagueiro.

Julián Álvarez, que entrou muito bem, assim como Bernardo Silva e Foden, ainda teve grande chance de marcar o terceiro, Malen assustou no fim, evidenciando o ótimo jogo e a capacidade que o Borussia apresentou de dificultar as coisas. Pode incomodar mais favoritos nesta competição.