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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Tite terá que conviver com uma tentação até a Copa

Colunista do UOL

23/09/2022 17h26

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O Brasil entrou em campo com uma das formações mais ofensivas dos últimos anos. Apenas Casemiro como volante. Quatro atacantes de ofício e Paquetá compondo o ''quinteto de frente''. O resultado foi um 1º tempo de show diante da seleção de Gana. Fred vinha sendo titular e é um dos homens de confiança de Tite, que vai precisar conviver com essa gostosa instigação até a Copa. Optar pelo time de hoje ou ter algo mais equilibrado com o volante do Manchester United em campo?

O técnico brasileiro optou por Éder Militão na lateral-direita e Alex Telles na esquerda. Paquetá jogou ao lado de Neymar, logo a frente de Casemiro. Richarlison, Vinícius Junior e Raphinha formaram o trio de frente. O 1º tempo foi uma aula de futebol da seleção brasileira! Deu gosto de ver a organização a serviço do talento! Espaços bem ocupados, movimentos coordenados, agressividade e a busca incessante pelo gol.

Não poderia ser diferente. O 3x0 no placar ao final dos 45 minutos ficou barato. Foram dez ações ofensivas de destaque. É bem verdade que a seleção ganesa contribuiu. Marcação frouxa e intensidade muito mais baixa que a brasileira em todas as fases do jogo, mas o time de Tite se impôs. Neymar e Vinícius Junior se entenderam muito bem pela esquerda. Alex Telles ofereceu uma base de luxo em alguns lances.

Pela direita, Paquetá brincou de infiltrar no espaço entre o quarto-zagueiro e o lateral-esquerdo de Gana, lacuna aberta pelo posicionamento de Raphinha. Militão, Marquinhos e Thiago Silva iniciaram as jogadas de forma segura, como no segundo gol, quando Neymar recebeu de Thiago e deu para Richarlison marcar da entrada da área. O ''Pombo'' ainda fez o terceiro de cabeça. Mesma forma em que Marquinhos abriu o placar.

01 - Rodrigo Coutinho - Rodrigo Coutinho
Como Brasil e Gana começaram o amistoso em Le Havre, na França
Imagem: Rodrigo Coutinho

Além do alto nível com a bola, o Brasil sobrou sem ela. Fez várias pressões pós-perdas eficazes no campo rival. Inibiu contra-ataques africanos e quando entrou em fase defensiva esteve compacto, agressivo na abordagem a quem tinha a pelota nos pés. Tite poupou Thiago Silva. Sacou o zagueiro no intervalo para a estreia de Bremer.

A Seleção caiu de produção no 2º tempo. Reduziu bastante o ritmo e passou a permitir alguns avanços aos ganeses. Deixou também de criar com frequência. André Ayew mandou de cabeça no travessão logo aos dez minutos, após cobrança de escanteio pela direita. Iñaki Williams foi um acréscimo importante para os africanos depois do intervalo.

O jogo de terça-feira, contra a Tunísia, será uma boa oportunidade de ver se a escalação mais insinuante terá um novo episódio ou se Fred retorna ao meio-campo. Tentar diminuir a disparidade entre a 1ª etapa brilhante e o 2º tempo preguiçoso é um desafio importante. Depois dos 30' até houve novamente uma melhora. Raphinha, Matheus Cunha e Neymar chegaram perto de ampliar, mas o placar não se alterou mais.