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O coringa de Tite. Entenda as três funções de Paquetá no Brasil
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Uma das ótimas notícias da seleção brasileira no atual ciclo de Copa do Mundo é a ampliação do repertório tático em relação ao Mundial anterior. Se encontrou dificuldades para superar a queda física de Renato Augusto e a adaptação a um modelo mais posicional na Rússia, agora há alternativas que mudam a forma da equipe jogar sem perder o bom nível. Lucas Paquetá é a peça-chave nesta engrenagem!
O meia recém-contratado pelo West Ham sempre demonstrou versatilidade na carreira. Desde os primeiros anos de profissional, com a camisa do Flamengo, jogou de ''segundo volante'', meia-central, ''falso nove'', e até partindo de uma das pontas. No Brasil não é muito diferente. Tite sabe que pode utilizar Paquetá de várias maneiras, sem perder a qualidade da sua talentosa perna esquerda.
No amistoso contra Gana, na última sexta, Lucas foi um dos meias ao lado de Neymar. Pelo lado direito da parte central do campo, realizou diversas infiltrações na defesa africana, sabe fazer isso muito bem, além de trabalhar na organização das jogadas, seja nas costas dos volantes rivais, ou recuando para receber de frente, mais próximo a Casemiro, e distribuir os passes.
Na parte defensiva, quando o time recuava o bloco de marcação, era a principal peça de auxílio ao camisa 5 para fechar o centro do gramado. Já apresentava essas características em solo brasileiro, mas evoluiu bastante na Europa em valências defensivas. Pode ajudar a dar equilíbrio e tornar possível a desejada escalação do mesmo time de sexta nos primeiros jogos da Copa do Mundo.
Outra função em que Paquetá é bastante utilizado por Tite é o lado esquerdo do ataque. Mesmo não tendo as características de ponta agudo e driblador que o treinador busca com Raphinha, Vinícius Junior e Antony, por exemplo, o meia consegue cumprir o papel sendo uma espécie de ''articulador aberto'' no setor. Servindo os companheiros dali, gerenciando o ritmo e flutuando para dentro, abrindo o corredor quando atua com um lateral mais impetuoso.
Pode fazer também trocas com Neymar também a partir deste posicionamento. Sem a bola, cumpre normalmente a função de fechar o flanco esquerdo, compondo a linha de meio-campo, algo que não encontra dificuldades. Não é impossível termos Paquetá realizando esta missão na Copa do Mundo. Ele oferece mais consistência em relação a Vinícius Jr. Em determinados jogos ou em momentos específicos das partidas, isso é mais importante.
Há ainda a hipótese de Tite utilizar Paquetá pelo centro do ataque. Não foram poucas as vezes em que jogou assim. Ao lado de um atacante de referência ou até mesmo com Neymar. Como consegue sustentar bem o ''jogo de costas'', pode realizar alguns pivôs, além de exercer sua inteligência para explorar o espaço entre a defesa e o meio do time adversário, as costas dos meio-campistas, sabe se colocar para receber a bola ali e acionar rapidamente os companheiros.
Além de fazer a dupla central de ataque com Neymar, já jogou assim com Richarlison e Matheus Cunha. Dentro desse contexto há uma variação simples. Ao dar um ''passo atrás'', vira um meia à frente de uma dupla de volantes, que pode ser Fred e Casemiro, e atua imediatamente atrás do centroavante. Depende da opção e da estratégia utilizada para construir os ataques brasileiros.
Neymar é o craque da Seleção, Vini Jr traz a magia, Casemiro é a regularidade em pessoa, Thiago Silva e Marquinhos, os pilares da defesa, mas Lucas Paquetá não fica muito atrás em importância. A partir dele, as demais peças se mexem, e a seleção se ajusta de acordo com o adversário.
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