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Problemas do São Paulo em Córdoba não supreendem ninguém
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Erros defensivos aos montes, finalizações imprecisas em momentos cruciais, desequilíbrio mental e físico ao longo dos 90 minutos. Não dá para dizer que o desempenho do São Paulo na decisão da Copa Sul-Americana, diante do Independiente del Valle, foi uma novidade. O time de Rogério Ceni apenas repetiu os padrões que fazem de 2022 um ano muito irregular na história do clube. Os equatorianos souberam aproveitar.
Rogério Ceni optou pela manutenção da linha de quatro defensiva dos últimos jogos, mas com a presença de Igor Vinícius na lateral-direita. Montou um 4-1-3-2, com Nestor encostando na dupla Luciano-Calleri pelo meio, e Alisson e Patrick pelos flancos. Já Martin Anselmi teve o seu centroavante Lautaro Diaz desde o início. Ele sofreu uma lesão muscular há apenas uma semana, mas mostrou estar totalmente recuperado.
O argentino abriu o placar logo aos 13 minutos. Aproveitou um passe de Faravelli e bateu rasteiro para vencer Felipe Alves. O São Paulo não conseguiu se reorganizar depois de um escanteio, e o rebote rendeu o tento aos equatorianos. Reocupar os espaços foi o principal defeito do Tricolor na 1ª etapa. Não só neste lance, mas também quando adiantava a marcação com seus encaixes e era vencido.
O Del Valle utilizava longas inversões para Chavez pela esquerda ou ligações diretas para Lautaro Diaz a partir de seus zagueiros ou do goleiro Moisés Ramirez, e aí o time brasileiro não conseguia neutralizar. Era surpreendido. Diego Costa perseguia Sornoza muito longe da linha defensiva. Léo não brecava a circulação de Diaz, e Pablo Maia não conseguia vencer as ''segundas bolas'' em seu setor.
Sornoza acertou a trave em chute que ainda contou com o desvio salvador de Felipe Alves, e o próprio Lautaro Diaz já havia assustado antes de abrir o placar. O Tricolor conseguia bons momentos com a bola. Baseado nas infiltrações de Nestor em cima da última linha de defesa oponente, acionava o meia desta forma e levava perigo. Faltou terminar melhor os lances. Schunke se destacou nas coberturas também.
Calleri teve duas boas chances, mas em ambas mostrou o quanto estava ansioso na partida. Recebeu de Luciano aos 16', mas se precipitou e bateu fraco para a defesa de Moisés Ramires. Já aos 28', foi acionado por Patrick em profundidade, driblou o goleiro, mas bateu de canhota pra fora ao se desequilibrar. O centroavante argentino ficou em impedimento quatro vezes somente na 1ª etapa.
O São Paulo começou muito bem o 2º tempo. Conseguiu encaixar boas pressões nas saídas de bola do Independiente Del Valle, forçou erros, e ficou com a posse no campo de ataque. Circulou e criou, mas um outro grande problema da temporada apareceu: a dificuldade de converter em gols as chances que cria.
Calleri perdeu uma chance incrível em cruzamento de Igor Vinícius aos três minutos. Depois errou uma cabeçada ao tentar ajeitar para Léo. Moisés Ramirez também fez excelente defesa em chute forte de Rodrigo Nestor. A equipe não aproveitou o momento e parte física cobrou. O São Paulo fez o 67º jogo na temporada, contra 40 do Independiente. A energia foi acabando e os equatorianos crescendo novamente.
Com mais espaços, trocaram passes sem tanto incômodo e chegaram ao segundo gol. Schunke lançou Sornoza nas costas de Diego Costa. Ele serviu Lautaro Diaz em profundidade e o atacante deixou Faravelli na cara de Felipe Alves para marcar. Um belo tento! Tudo o que o São Paulo fez depois disso foi na base de aleatoriedade e da vontade. Éder quase marcou de cabeça, mas Moisés Ramirez evitou de novo.
Venceu o clube de trabalho mais sóbrio e equilibrado. Mesmo com orçamento infinitamente inferior, apresentou uma equipe mais qualificada e foi campeã com todos os méritos.
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