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Final pode marcar passagem de bastão entre Filipe Luis e Ayrton Lucas
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Um fato que certamente causou calafrios na torcida do Flamengo, na metade do 1° tempo da final do último sábado, foi a lesão de Filipe Luís. O experiente lateral deu lugar a Ayrton Lucas, que foi uma das ferramentas mais importantes para o rubro-negro carioca chegar ao terceiro título de Libertadores na sua história.
Ayrton sofreu a falta que gerou o segundo cartão amarelo e a expulsão de Pedro Henrique na reta final da 1° etapa. O lance destravou as coisas e o Mais Querido passou a encontrar os espaços com mais facilidade. Dificilmente a jogada aconteceria daquela forma se Filipe Luís ainda estivesse em campo. E se ocorresse, o titular não teria a velocidade de Ayrton para ocasionar a infração.
É uma questão de característica. São laterais bem diferentes. Com Filipe, o Flamengo tem um jogador mais experiente e cerebral. A visão de jogo, a inteligência nas decisões, e a qualidade no passe, compensam a ausência de intensidade e velocidade muitas vezes. Mas em outros momentos não. Com Ayrton, o time ganha profundidade, volúpia e aceleração pelo flanco esquerdo. Fatores que foram mais decisivos no sábado.
Felipão montou o Athletico para marcar a partir de encaixes. Liberou Khellven para acompanhar Filipe Luís desde a saída de bola do Flamengo. O lateral-direito do Furacão fez isso bem. Pressionou Filipe e cortou as linhas de passe verticais. Os cariocas tinham então mais um jogador por trás da linha da bola. David Luiz, Léo Pereira, o lateral-esquerdo e, às vezes, até Thiago Maia.
Com Ayrton Lucas, o time da Gávea começou a empurrar mais gente dentro do campo rival, e passou a ter amplitude de forma regular pelo lado esquerdo. A própria atitude do atleta ao entrar em campo também foi relevante. Impetuoso. Arriscando e elevando a confiança da equipe.
O nível demonstrado por Ayrton Lucas nos jogos do time reserva ao longo dos últimos meses já havia levantado o debate sobre uma possível titularidade dele, e o desempenho na final da Libertadores parece ter corroborando a hipótese.
Filipe Luís é um extraclasse. Mostrou que ainda pode ser determinante ao elenco em situações pontuais, mas não gera o volume necessário a um lateral num esquema com losango no meio-campo e sem um atacante mais fixo pela esquerda. Promover a transição de titularidade entre eles fará o Flamengo evitar problemas recentes como os que teve com atletas da mesma geração do ex-lateral da seleção.
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