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O melancólico fim da linda carreira de Diego Ribas
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A tarde deste sábado marca o encerramento da trajetória de Diego como jogador profissional. Revelado pelo Santos em 2002, o meia foi um dos mais talentosos atletas surgidos no Brasil na década retrasada, e confirmou o potencial mostrado inicialmente na projeção de sua carreira. O desgaste gerado com decisões equivocadas nos últimos anos, porém, deixa uma mancha desnecessária na sua biografia profissional.
Diego Ribas chegou ao Flamengo em agosto de 2016. Foi uma das principais contratações desta nova fase da história do clube. Mais saudável financeiramente, o Mais Querido pôde, aos poucos, contratar jogadores de mais qualidade e chegar ao nível que possui hoje: elenco estrelado e folha salarial milionária. Diego era o símbolo disso. E encarnou esse espírito. Foi o personagem principal do elenco por dois anos.
Contribuiu efetivamente na campanha do vice-campeonato brasileiro de 2016. Fez seis gols e deu três assistências em 17 jogos. Começou bem a temporada seguinte, mas se lesionou em abril e viveu um restante de 2017 entre altos e baixos. O time fez campanha abaixo das expectativas na Libertadores e no Brasileirão, e acabou amargando o vice da Copa do Brasil para o Cruzeiro, com Diego perdendo um pênalti.
Os questionamentos do desempenho do camisa 10 começaram a aparecer com mais frequência a partir daí. Teve um 2018 parecido com o ano anterior. Bons momentos, mas outros nem tanto. Algumas decepções em partidas decisivas e a parte física cobrando o seu preço, tornando Diego um jogador mais lento, fazendo com que recuasse alguns metros no campo.
O surgimento de Lucas Paquetá no setor ajudou a aumentar a voz de cobrança das arquibancadas. O garoto teve um rendimento melhor em comparação a ele, mesmo com menos experiência.
O mágico 2019 veio na sequência, e Diego viveu uma bonita história de superação. Fazia um bom início de temporada sob o comando de Abel Braga, mas se lesionou gravemente logo no princípio do trabalho de Jorge Jesus. Ficou três meses fora, período em que a equipe engrenou e encantou. Quando voltou, restava o banco de reservas. Ele teve papel importante no vestiário e teria também dentro de campo.
Melhorou o rendimento do time na épica final da Libertadores contra o River Plate. Ficou pouco menos de 30 minutos no gramado, mas foi o suficiente para ser determinante, participando inclusive do lance do gol da virada. Na reta final daquela temporada voltou a cair nas graças da torcida, algo que se estendeu também por 2020.
Manteve o status com Jorge Jesus, ganhou chances com Domenèc, mas viveu sua melhor fase no Flamengo sob o comando de Rogério Ceni. Jogando basicamente como o primeiro homem de meio em um time muito ofensivo, teve o último suspiro de ótimo nível técnico e competitividade física, além de liderança para auxiliar em pequenos conflitos entre alguns jogadores e o treinador. Sagrou-se campeão brasileiro como titular.
Na metade de 2021, porém, começaram a surgir os problemas de condução final da sua carreira e consequentemente azedaram a relação com a torcida. Ficou nítido a partir dali que Diego já não conseguia mais acrescentar qualidade ao time e justificar seu custo-benefício. Foi vaiado e cobrado seguidamente pela arquibancada, mas acabou tendo o seu contrato renovado pela diretoria.
Ali era o momento da pausa. Se faltou conhecimento e capacidade de leitura ao departamento de futebol do Flamengo, o próprio Diego poderia ter acenado com o fim da carreira ou com uma transferência para um cenário mais tranquilo. Insistir em uma relação que não está boa costuma deixar traumas, e hoje a recepção da torcida rubro-negra com o meia não é nada agradável.
Obviamente que as vaias serão deixadas de lado em sua partida derradeira. Construiu uma linda carreira com boas passagens por clubes importantes da Europa. Jogou na Seleção em torneios com conquistas de títulos. Mas poderia ter pensado melhor a reta final da sua trajetória.
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