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Qatar tem trunfos que nenhuma outra equipe possui nesta Copa
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Tempo de treinamento e entrosamento! Dois dos maiores anseios dos treinadores desta Copa do Mundo não serão problemas na seleção anfitriã da competição. O Qatar se mobilizou inteiramente para conseguir surpreender no Mundial, e parou até o seu futebol local dois meses antes do torneio para que a seleção pudesse treinar. Este e outros fatores podem colocar os donos da casa como possíveis zebras.
Desde meados de julho a seleção do Qatar está reunida. Treinando e jogando amistosos, passando por diferentes lugares, e enfrentando até mesmo clubes para ter um alto nível de enfrentamento e se preparar adequadamente para encarar Equador, Holanda e Senegal. Foram nove jogos desde então. Mais que o dobro da média geral.
Não bastasse isso, a seleção tem basicamente o mesmo time há alguns anos. Da provável equipe que entrará em campo no próximo domingo, ao menos nove atletas disputaram a final da Copa da Ásia de 2019, que representou o primeiro grande título internacional do país. Continuidade com atletas formados para jogar de um determinado jeito.
Quem espera o Qatar todo fechado na defesa e jogando por contra-ataques ou bolas paradas pode se surpreender. O técnico Félix Sanchez trabalhou na base do Barcelona e levou para o Oriente Médio os conceitos do jogo de posição e da manutenção da posse de bola. Obviamente isso nem sempre é possível. Para se impor desta forma é preciso mais qualidade que o adversário, mas eles tentarão jogar assim.
Félix chegou ao Qatar em 2014. Treinou os times sub-20 e sub-23 por três anos, até assumir a equipe principal em 2017. A seleção participou de todas as competições que pôde jogar desde que soube que seria sede da Copa de 22. Incluindo a Copa América de 2019 e a Copa Ouro de 2021. Em ambas demonstrou um bom nível e capacidade de entreter com seu estilo ousado.
Outro ponto importante foi fazer um acordo com a Uefa e conseguir encarar as seleções europeias que ''folgavam'' nas rodadas de eliminatória, algo que o Brasil, por exemplo, não conseguiria fazer. Desta forma, teve um nível de enfrentamento mais alto. Jogou contra Sérvia e Portugal neste ciclo, duas vezes cada. Levou duas goleadas, mas absorveu importantes lições.
Pontos fortes e fracos
Todos os jogadores da seleção atuam na liga local. Isso é muito ruim se projetarmos a Copa do Mundo. É um campeonato pouco intenso. Algo que faz com que os jogadores não sejam tão competitivos fisicamente. Reside aí o principal problema. Nas transições defensivas isso fica nítido, assim como na abordagem frouxa de marcação que apresenta quase sempre, expondo a última linha, que joga bem adiantada.
A coragem do time precisa ser exaltada e rende frutos com certa frequência. Certamente veremos um time que possui jogadores de bom trato com a bola, que não se assustam ao encararem adversários que sobem a marcação. Se conseguir superar cenários assim, encontrará espaços com os rápidos Akram Afif e Almoez Ali, a dupla de ataque da equipe.
Fique de olho
Vale muito a pena prestar a atenção no futebol do meia Hassan Al Haydos. Ele é o recordista de jogos pela seleção, tem 160 partidas pelo time nacional. Chama a bola de ''meu bem''. Muito técnico e habilidoso. Compensa seu físico franzino e a pouca velocidade com rapidez de raciocínio e inteligência para servir os atacantes. Finaliza com precisão e está sempre bem colocado para arrematar em gol. Titular absoluto!
Agenda
Além do jogo de abertura do Mundial, contra o Equador, às 13h deste domingo, o Qatar encara Senegal, no dia 25, às 10h, e a Holanda, no dia 29, ao meio-dia.
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