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Estereótipos preconceituosos têm que passar longe da análise de Senegal
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Toda Copa do Mundo é a mesma coisa. Quando o assunto é a melhor seleção africana do momento, palavras como ''irresponsabilidade'', ''força e velocidade'', ''desorganização'' e ''inocência'' permeiam as ''pseudo-análises''. Não passam de chavões de viés racista. A seleção de Senegal tem muito pouco ou quase nada disso. E pode surpreender, mesmo com Sadio Mané longe do ideal.
O principal jogador do país se lesionou pelo Bayern há uma semana, mas foi convocado. Não se sabe que Mané veremos no Mundial. Não sabemos nem se, de fato, o veremos. É óbvio que ele traria um acréscimo considerável de qualidade aos atuais campeões africanos. Não é à toa que tem total liberdade em campo.
Jogando como ponta pela esquerda ou centralizado, por trás do centroavante, Mané tem poucas obrigações defensivas. Isso é compensado por um jogador de meio-campo que retorna pelo flanco esquerdo marcando. O trabalho sem a bola é o grande destaque da equipe. Senegal é muito bem-organizado para marcar.
Não existe no time dirigido por Aliou Cissé o descompromisso no sistema defensivo. Além de um trabalho longevo de mais de sete anos, ele conta com atletas importantes nas principais ligas do mundo. Se já fez história como zagueiro no time que foi muito bem na Copa de 2002, pode repetir a façanha à beira do gramado.
Os contra-ataques acabam sendo uma arma importante. A equipe se organiza neste sentido. Fecha os espaços, induz o adversário para longe do gol, e pressiona mais fortemente na própria intermediária para ter campo para acelerar. Além de Mané, Ismaila Sarr e Diatta são excelentes opções se acionados desta forma.
Os nomes de ótimo nível na defesa não são poucos. Mendy, do Chelsea, é o goleiro. Koulibaly, que também veste a camisa dos Blues e fez carreira no futebol italiano, é o principal zagueiro. Diallo, do Red Bull Leipzig, compõe o miolo de zaga com ele. No meio, Gana Gueye, Nampalys Mendy e Kouyaté encorpam o setor. Ainda tem o jovem Pape Sarr. Um misto de imposição e qualidade no trato com a bola.
Sem o camisa 10, cai bastante o potencial de articulação de jogadas em espaços curtos. Por isso Senegal costuma ter dificuldades quando precisa ficar muito tempo com a bola e instalado no campo rival. É provável que o Leões de Teranga adotem uma estratégia reativa nos três jogos da 1ª fase e não será surpresa se chegarem longe desta maneira.
A estreia contra a Holanda será o primeiro grande teste, na próxima segunda-feira, a partir das 13h. Na sequência Senegal encara o Qatar, no dia 25, às 10h. E encerra a participação na fase de grupos diante do Equador, em 29 de novembro, a partir do meio-dia.
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