Gakpo é primeiro candidato a melhor jovem da Copa

Num gramado com De Jong, Van Dijk e Koulibaly, ele foi o melhor em campo. Não só pelo gol que abriu caminho para vitória da Holanda contra Senegal, mas Cody Gakpo, de 23 anos, saiu de campo como o grande jogador da estreia das duas seleções na Copa de 2022. Criou boas jogadas, decidiu, se mexeu com inteligência e mostrou qualidade para, em breve, deixar o PSV rumo a voos maiores na carreira.

Aliou Cissé não teve Jakobs, seu lateral-esquerdo titular, em boas condições, e improvisou o zagueiro Diallo no setor. Sem Mané, reforçou o meio com três volantes. Já Louis Van Gaal optou pelo goleiro Noppert, que estreou com a camisa da seleção holandesa. De Ligt ganhou espaço na zaga. Timber ficou de fora. Depay, mal fisicamente, ficou no banco. De Jong e Berghuis atuaram na frente da zaga.

Equilíbrio e tensão. Assim foi boa parte do movimentado 1º tempo no Al Thumama Stadium. Senegal e Holanda protagonizaram o primeiro jogo parelho deste Mundial. Os 45 minutos iniciais tiveram momentos de domínio nos dois lados e a bola chegou bem perto de entrar. Os africanos começaram melhores, marcando forte no campo rival e soltos com a bola. Mas os europeus terminaram e etapa mais presentes no ataque.

O primeiro ponto de desequilíbrio da partida foi a ''pegada'' senegalesa para marcar a saída de bola adversária. Nampalys Mendy, Kouyaté e Gana Gueye comandaram as pressões e tiveram o auxílio do trio de ataque. Conseguiram roubar algumas bolas perto da meta e assustar. Ismaila Sarr foi o jogador mais perigoso. Agressivo e rápido, ganhou duelos com De Ligt pela esquerda do ataque e quase abriu o placar.

A Holanda chegou com perigo em contra-ataques até os 20'. Gakpo e Dumfries faziam um bom trabalho pela direita. Janssen também atuava bem. De Jong e Berghuis foram entrando no jogo aos poucos. A medida que a marcação africana afrouxava, eles se soltavam no campo de ataque e articulavam bons ataques. De Jong perdeu a melhor chance do 1º tempo ao demorar para chutar e ser travado por Kouyaté na área.

Por mais que tenha feito ligações diretas para aproveitar o fato de seus atacantes estarem no mano a mano com os zagueiros holandeses, Senegal mostrou capacidade de aproximar jogadores no setor da bola e trocar passes curtos. Já os europeus ocuparam bem os espaços no ataque, e apresentaram boas tramas entre alas, meias e volantes, mas esbarraram numa área bem protegida por Koulibaly e Pape Cisse.

Senegal mudou um pouco a estratégia no 2º tempo. Fixou o bloco de marcação mais atrás. Não quis oferecer algumas brechas encontradas pela Holanda na 1ª etapa, e de quebra ganhou mais espaço para os contra-ataques. O jogo caiu de ritmo e os europeus encontraram dificuldades para criar. Chegaram em uma cobrança de escanteio com Van Dijk, mas quase sofreram um gol de Dia em contragolpe.

Memphis Depay e Jakobs, que seriam titulares de suas equipes, foram a campo depois dos 15'. Kouyaté deixou o campo lesionado aos 26' para a entrada de Pape Gueye. Os africanos foram mais perigosos nos contragolpes. Gana Gueye foi mais um a obrigar Noppert a fazer boa defesa. Klaassen e Koopmeiners foram ao gramado, mas não mudaram o 2º tempo pouco criativo da Laranja. Sorte é que havia Gakpo em campo.

O atacante atacou as costas da zaga e desviou um cruzamento primoroso de De Jong. Edouard Mendy saiu atrasado da meta e levou o gol. Senegal não teve mais forças para reagir e ainda levou o segundo nos acréscimos. Klaassen completou para a meta após chute de Depay mal rebatido por Mendy, e ampliou.

Os africanos terão que vencer a seleção catari na próxima rodada para não verem as chances de classificação se reduzirem. Devem decidir a segunda vaga no grupo contra o Equador na última rodada. Já a Holanda, apesar do resultado, passou longe de convencer.