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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Alguém ainda duvida da Espanha?

Colunista do UOL

23/11/2022 14h58

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A Espanha chegou ao Mundial do Qatar longe de ocupar o topo das casas de apostas entre os candidatos ao título. Foi até pouco comentada neste período pré-Copa. O que fez com a Costa Rica em sua estreia, porém, prova que é um dos times mais bem preparados coletivamente desta competição. O adversário é inferior e marcou mal? Sim. Mas a Fúria fez o que dela se esperava. É bom ficar com os olhos atentos!

Luis Enrique optou pela escalação do volante Rodri ao lado de Laporte na zaga. Azpilicueta ganhou a disputa com Carvajal pela lateral-direita, assim como Dani Olmo pela esquerda do ataque e Asensio na referência ofensiva. Já Luis Fernando Suárez escalou Fuller mais adiantado, na linha de meio-campo, e Carlos Martinez entrou na lateral-direita. Gerson Torres perdeu espaço entre os titulares.

Desde os primeiros minutos do jogo o que se viu foi uma aula espanhola de futebol. É bem verdade que a Costa Rica facilitou. Teve uma marcação frouxa, sem combater devidamente o nascedouro dos ataques rivais, deu liberdade a Busquets e aos zagueiros, e aí o efeito cascata só se alastrou a medida que o rival se aproximava da área. Com os espaços perfeitamente ocupados pelo jogo de posição, a bola passeou.

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Como Espanha e Costa Rica começaram o duelo válido pela 1ª rodada do Grupo E da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Busquets, Gavi e Pedri colocaram o duelo no bolso e distribuíram os ataques. Dani Olmo e Alba compuseram o lado mais forte da Espanha no jogo. A sintonia fina nos movimentos ao atacar chamou a atenção. Infiltrações dos meias no momento certo, entradas em diagonal dos pontas a partir das flutuações de Asensio, refino técnico para terminar as jogadas. Sempre mais de uma opção de passe a quem tinha a bola.

A Fúria já tinha chegado com perigo duas vezes antes de Dani Olmo receber de Gavi nas costas da zaga e abrir o placar aos 10'. Pouco depois foi a vez de Asensio emendar de primeira no canto esquerdo de Keylor Navas um cruzamento de Jordi Alba. O lateral foi protagonista novamente aos 30'. Sofreu pênalti ao retomar uma bola dentro da área. Ferran Torres foi o terceiro elemento do ataque a marcar.

Com o 3x0 no placar, os espanhóis diminuíram o ritmo na reta final do 1º tempo, mas nem assim a Costa Rica chegou a assustar. A 2ª etapa veio e a Espanha retomou o comportamento inicial. Não demorou para ampliar em uma bela tabela entre Ferran Torres e Gavi. O camisa 11 marcou mais na saída de Keylor Navas.

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Ferran Torres, da Espanha, celebra após marcar de pênalti contra a Costa Rica na Copa do Mundo
Imagem: JAVIER SORIANO / AFP

Luis Enrique fez as cinco mexidas que tinha direito antes dos 25 minutos. Manteve o interesse do time lá em cima, mas o grande craque do jogo seguiu em campo. Gavi! 18 anos! A evolução do meia espanhol desta década. Organiza, arma, mas pisa na área, infiltra e faz gols. E balançou as redes aos 28'. Balde e Morata, dois dos que entraram, construíram belo contra-ataque e o garoto bateu firme no canto esquerdo de Navas.

O atropelo teve sequência com gols de Soler e Morata nos minutos finais. O 7x0 se tornou a maior goleada da história da Espanha em Copas do Mundo. Ainda bem precisa ser provada defensivamente, mas quem é louco de duvidar do time de Luis Enrique neste Mundial?