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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Uruguai trava a Coreia e cria pouco com Arrascaeta no banco o tempo todo

Colunista do UOL

24/11/2022 11h55

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O Uruguai seguiu fielmente o estilo que consagrou o seu futebol ao longo da história na estreia diante da Coreia do Sul. A diferença do sucesso obtido em Mundiais recentes foi o poder de fogo na frente. Com Suárez muito abaixo do que já foi, Cavani poucos minutos em campo e Arrascaeta totalmente de fora, os uruguaios não conseguiram ser contundentes na área ofensiva como foram na defensiva.

Diego Alonso escalou o Uruguai sem Arrascaeta. Pellistri foi titular pela direita e Darwin Nuñez pela esquerda do ataque, com Suárez centralizado. Outro a começar jogando foi Diego Godín ao lado de Giménez na zaga. Vecino inverteu a posição com Bentancur e Ronald Araújo foi desfalque. Já Paulo Bento escalou a Coreia do Sul em um 4-3-3, com Son partindo do lado esquerdo para o meio.

Muita entrega na marcação e pouco espaço. Esses foram alguns ingredientes do 1º tempo no Education City Stadium. O Uruguai foi um pouco melhor. Conseguiu levar mais perigo em relação ao organizado time sul-coreano. Seja em alguns contra-ataques no início do duelo, em ligações diretas nas costas da defesa asiática, ou em escanteios cobrados na área. Godin acertou a trave com uma linda cabeçada em um deles.

A Coreia tomou a iniciativa de atacar. Manteve a posse no campo ofensivo em boa parte da da etapa inaugural. Soltando os laterais em amplitude, trazendo os pontas para o ''meio-espaço'' e trabalhando muito com o trio de meio-campo, tentou de diferentes formas entrar na fechada defesa uruguaia. Só foi conseguir aos 33', quando Hwang Ui-Jo recebeu dentro da área após linda triangulação e bateu por cima.

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Como Uruguai e Coreia do Sul começaram o duelo válido pela 1ª rodada do Grupo H na Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

O vacilo do sistema defensivo celeste foi uma raridade em um tempo de quase perfeição neste sentido. Faltou mais contundência para terminar alguns contra-ataques puxados. Olivera e Pellistri foram os mais perigosos nessas transições. Os passes de Giménez nas costas de Kim Ji-Su também representaram dois lances de perigo para os sul-americanos. Quando tentou trocar passes curtos, o Uruguai não produziu.

Entre os sul-coreanos, destaque para o ponta Na Sang-Ho e para o volante Hwang In-Beom, que fizeram boa dobradinha pela direita. A estrela Son estava apagada, preso na marcação charrua. Vecino e Bentancur eram dois animais pressionando a bola no setor de meio-campo, não deram sossego aos meias rivais.

O jogo não mudou em nada no 2º tempo. A Coreia seguiu com mais posse no campo contrário, mas esbarrando na defesa uruguaia. A Celeste teve períodos ofensivos de forma esporádica. A dificuldade para articular jogadas em fase ofensiva, porém, se repetiu. Darwin Nuñez chegou a fazer boa jogada ao ser acionado por Godín em contragolpe, mas não finalizou.

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Fede Valverde, do Uruguai, e Jae Sung Lee, da Coreia do Sul, disputam lance durante a partida da Copa do Mundo
Imagem: Jeroen van den Berg/Soccrates/Getty Images

Luis Suárez, muito longe da forma ideal, foi anulado pela zaga adversária e acabou substituído por Cavani aos 23'. Valverde acertou a trave direita em lindo chute aos 43', mas esta foi a realidade celeste. Chegava ao ataque de forma esporádica, sem regularidade, e longe de ser precisa, com pouco potencial para servir Cavani. De la Cruz, Varela e Viña entraram. Arrascaeta ficou no banco o tempo inteiro.

O empate em 0x0 não é um bom resultado para os sul-americanos, que já encaram Portugal na próxima rodada. Já a Coreia do Sul mostrou um bom trabalho coletivo ofensivamente e provou que pode competir por uma das duas vagas.