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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Inglaterra é dominada pelos Estados Unidos e atesta sua irregularidade

Colunista do UOL

25/11/2022 17h51

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Os ingleses ostentam um dos melhores elencos desta Copa do Mundo. Basicamente em todas as posições há opções de alto nível. O problema é que, mesmo tendo bons resultados nos últimos quatro anos, a equipe nunca foi realmente confiável. E o jogo que fez contra o jovem Estados Unidos reforça essa tese. Os norte-americanos dominaram e só não venceram porque finalizaram mal as jogadas.

Gareth Southgate repetiu a mesma equipe da estreia inglesa. Um 4-3-3 com Saka e Sterling nas pontas. Bellingham e Mount de meias. Já Gregg Berhalter fez uma mexida em relação ao primeiro jogo. Sargent perdeu a vaga para Wright. Outra alteração foi a variação tática do 4-3-3 para o 4-4-2 a partir da ida de Tim Weah para o centro do ataque e o deslocamento de McKennie para a direita.

Os Estados Unidos surpreenderam até o mais otimista torcedor de sua nação. Não tomaram conhecimento do time inglês, que vinha de ótima estreia contra o Irã, e impuseram um ritmo altíssimo. Marcando em bloco médio e bastante agressividade, não deram espaços entre os setores para que os adversários progredissem em campo. Quando roubavam a bola, aceleravam com organização rumo ao gol.

Não abriram o placar por detalhes. Stones e Maguire fizeram um bom trabalho de proteção de área. Pulisic mandou uma bomba de canhota na trave, aos 32'. Como conseguiu neutralizar a circulação de bola europeia no campo de ataque, o jovem time norte-americano foi ganhando confiança. Passou a ficar mais tempo com a bola e, assim como na estreia, mostrou que é organizado para criar. Bem treinado!

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Como Inglaterra e Estados Unidos começaram jogando a partida válida pela 2ª rodada do Grupo B da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Os ingleses marcaram mal. Demoraram a reagir em transições defensivas e a abordagem ao homem da bola, quando entravam em fase defensiva, também era abaixo do ideal. Com a posse, depois de uma boa jogada coletiva pela direita aos nove minutos, só voltaram a assustar na reta final da 1º etapa. Havia organização na ocupação de espaços e movimentos bem coordenados, mas a equipe arriscava pouco.

Certamente com receio de alguns contragolpes cedidos no início. Adams, McKennie e Musah fizeram um belíssimo trabalho de combate no centro do gramado. A dupla de zaga foi muito bem defendendo a área. Um 1º tempo quase perfeito dos americanos, só faltou o gol. Mount e Harry Kane foram os responsáveis pelas melhores finalizações da Inglaterra. Turner foi fundamental em uma destas finalizações.

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Mason Mount, da Inglaterra, luta pela posse de bola com Tyler Adams, dos Estados Unidos, durante a partida da Copa do Mundo
Imagem: Adam Pretty - FIFA/FIFA via Getty Images

O 2º tempo só serviu para reforçar o predomínio dos norte-americanos. Empurraram de vez os ingleses para trás. Circularam a bola com velocidade no ataque e mataram qualquer tentativa de contragolpe rival com organizadas transições defensivas. Pulisic e McKennie chutaram com perigo. Southgate sacou Bellingham e Sterling para as entradas de Grealish e Henderson. Rashford também foi a campo.

Por mais que tenha conseguido diminuir a pressão sofrida nos primeiros 25 minutos da 2ª etapa ao melhorar defensivamente, em nenhum momento o English Team retomou o protagonismo e o controle do duelo. Harry Kane assustou de cabeça em lance isolado no fim. O maior problema dos Estados Unidos foi ter eficiência na conclusão dos lances.

Não só pelo desempenho das equipes, mas pelos resultados da 1ª rodada, o empate foi um grande negócio para a Inglaterra. Segue líder do grupo e encara o País de Gales na jornada derradeira. Já os Estados Unidos terão que vencer o Irã para irem até as oitavas de final.