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Marrocos tem agressividade e organização necessárias para bater a Espanha
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A seleção marroquina confirmou o favoritismo que tinha diante do Canadá e garantiu a primeira posição no Grupo F ao vencer por 2x1. O jogo, assim como as outras duas partidas dos africanos neste Mundial, reforçou o caráter competitivo e a capacidade de alternar estratégias ao longo dos 90 minutos. Tudo com muita ''pegada''. Um estilo que pode encaixar bem contra a ''pausada'' Espanha nas oitavas de final.
John Herdman escalou o Canadá no 4-4-2 e optou por Adekugbe como titular da lateral-esquerda pela primeira vez nesta Copa. Osorio e Kaye formaram a dupla de volantes. Eustáquio e Hutchinson ficaram de fora. Laryea e Jonathan David também perderam espaço. Hoillet entrou no ataque. Já Hoalid Regragui só fez uma mexida no Marrocos. Sabiri ganhou a vaga de Amallah no meio-campo.
O duelo entre dois dos times mais intensos desta Copa não tinha como ser monótono. Mas quem começou melhor foi a equipe da África. Antes da metade da etapa inicial já vencia por dois gols de diferença e esbanjava organização e verticalidade. Seja com ou sem a bola, Marrocos se impôs diante de um Canadá que acabou não sendo tão arrojado quanto o costume. Novamente sofreu com erros imperdoáveis na defesa.
O primeiro deles aconteceu logo aos três minutos. Borjan recebeu em recuo e adiantou muito a bola ao tentar dominá-la, deu um presente nos pés de Ziyech, que fez um lindo gol por cobertura da intermediária. O Canadá buscava subir o bloco defensivo para encurralar os marroquinos em sua saída de bola, mas os movimentos bem coordenados dos ''Leões do Atlas'' geravam linhas de passe, e o time escapava.
Com a última linha adiantada, a equipe da América do Norte tornou-se presa fácil para Hakimi acionar En-Nesiry em profundidade. Ele deixou a dupla de zaga para trás e fuzilou a meta de Borjan para marcar. Os ''Les Rouges'' tentavam circular a bola rápido no campo rival, sem mexiam, mas não encontravam os espaços. Tão pouco encaixavam a marcação. Por vezes faziam bons contragolpes, mas não finalizavam.
Hakimi e Mazraoui ofereciam muita dinâmica de movimentação para Marrocos sair trocando passes da defesa. Revezavam entre se oferecer por dentro ou mais abertos, alternavam de forma coordenada com Sabiri e Ounahi. Amrabat, como de costume no Mundial, tomava conta da frente da área. Ziyech e Boufal eram certeza de amplitude no campo de ataque. Saiss e Nayef Aguerd de segurança na defesa.
Tanto controle acabou sendo afetado por um lance fortuito no final da 1ª etapa. Adekugbe recebeu de Buchanan pela esquerda e cruzou fechado, a bola desviou em Nayef Aguerd e enganou Bono. En-Nesyri ainda marcou mais um gol nos acréscimos, mas o árbitro brasileiro Raphael Claus deu falta na zaga canadense na origem da jogada.
No 2º tempo, Canadá ficou mais tempo com a bola no campo marroquino. O problema foi encontrar os espaços. Flutuando suas linhas e se fechando bem em um 4-1-4-1, os africanos não deixaram a força de marcação cair até o final do jogo. É bem verdade que deixaram de encaixar contra-ataques, fruto também da boa transição defensiva dos canadenses, mas resistiram de forma sóbria a pressão rival.
A melhor chance dos estreantes em Mundiais veio numa cobrança de escanteio aos 26'. Hutchinson cabeceou no travessão e viu a bola quicar na linha depois. A seleção canadense reforça a importância de olhar o jogo além do resultado. Perdeu os três jogos que disputou, mas mostrou mais desempenho do que a Polônia, por exemplo, classificada para as oitavas de final. Está no caminho certo!
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