Um justo castigo ao eliminado Uruguai

A seleção uruguaia está eliminada da Copa do Mundo 2022. Por ironia do destino, o saldo de gols acabou sendo decisivo para definir a segunda vaga do Grupo H e o provável adversário do Brasil nas oitavas de final. A Celeste venceu Gana com dois gols de Arrascaeta, que enfim recebeu mais minutos, mas pagou caro pela pouca criatividade dos dois primeiros jogos.

Otto Addo promoveu o retorno de Seidu na lateral-direita. Lamptey deixou o time. O restante da equipe foi o mesmo da vitória sobre a Coreia do Sul, incluindo o quarteto ofensivo de qualidade. Kudus, porém, jogou mais adiantado, e Iñaki Williams pela direita. Já Diego Alonso finalmente soltou a seleção uruguaia. Arrascaeta foi titular no meio-campo. Darwin Nuñez e Luis Suárez formaram a dupla de ataque.

O 1º tempo entre Gana e Uruguai deixou bem claro mais uma vez que não podemos duvidar jamais da influência mental para a definição dos jogos. Gana fazia uma partida segura. Fechada na defesa e saindo em velocidade nos contra-ataques com Kudus e Jordan Ayew. Em um deles, conseguiu um pênalti aos 15 minutos. André Ayew bateu e Rochet pegou, trazendo de volta um fantasma comum aos ganeses.

Na Copa de 2010, as Estrelas Negras tinham um pênalti para eliminar o Uruguai no último minuto das quartas de final, mas desperdiçaram e foram eliminadas na sequência. Não se sabe se isso esteve no subconsciente de alguns atletas, mas o fato é que o Uruguai passou a dominar as ações imediatamente. Os ataques encaixaram com facilidade e a marcação neutralizou qualquer ação ofensiva dos africanos.

Pellistri aproveitou desarme de Valverde desceu pela direita num contra-ataque, cruzou na área, a zaga falhou e Suárez bateu firme. O goleiro Atl-Zigi deu rebote e Arrascaeta empurrou para a meta fazia. O meia já havia deixado Darwin Nuñez na cara do gol um pouco antes, mas Salisu salvou em cima da linha. Ele entraria em ação de forma precisa logo depois, aproveitando uma jogada bem construída por seus companheiros.

Recebeu um passe por elevação de Suárez na entrada da área e emendou de primeira para marcar um gol bem característico de sua carreira. Mesmo perdendo Bentancur lesionado aos 34', o Uruguai manteve-se firme na marcação, Vecino o substituiu e ganhou os duelos no meio-campo, impossibilitando a criação ganesa. Otto Addo sabia que precisava mexer no time para criar um ''fato novo'' e transformar o duelo.

Sacou os irmãos Jordan e André Ayew, que pouco ajudavam na marcação, e colocou Sulemana e Bukari. Mesmo com a vantagem, o Uruguai não deixou de ser agressivo. Obviamente tomou os cuidados defensivos de praxe, mas continuou criando. Pellistri chegou muito perto de ampliar. Valverde quase marca um golaço num petardo da entrada da área. Gana marcava mal, dava espaços e não tinha conexões na frente.

Kudus era a principal peça africana, e produzia muito na base da individualidade. Mesmo aos trancos e barrancos, Gana quase diminuiu com Semenyo aos 34'. Recebeu dentro da área e chutou cruzado de canhota, a esquerda da meta. Rochet também fez grande defesa em finalização de Kudus da meia-lua.

A situação uruguaia se tornaria desesperadora nos últimos minutos. Com a virada da Coreia do Sul em cima de Portugal, os asiáticos passaram a frente na tabela nos critérios de desempate. A Celeste não teve forças para fazer mais um gol, algo que classificaria os sul-americanos. Atl-Zigi ainda fez grande defesa em chute de Maxi Gómez de fora da área nos acréscimos.