Copa de 2022 poder ser verdadeiramente a de Messi

Lionel Messi foi eleito o melhor jogador do Mundial de 2014 ao ser vice-campeão com a Argentina. De fato, jogou muito bem, mas se projetarmos os próximos jogos e tirarmos como base o quanto foi decisivo até aqui, no Qatar, sua influência nesta pode ser ainda maior. Ele resolveu novamente! Abriu o caminho para o 2x1 dos sul-americanos contra a Austrália, e classificou a Albiceleste para as quartas de final.

Escalações

Lionel Scaloni precisou deixar Di Maria no banco em virtude de uma contratura muscular. Papu Gómez entrou em seu lugar, mas atuou fixo pela esquerda. O restante do time foi o mesmo da última partida. Julián Álvarez partiu da direita em direção a área. Já Graham Arnold encorpou mais o centro do campo com a entrada de Baccus. Irvine foi adiantado. Goodwin perdeu espaço e McGree foi para o lado esquerdo.

Bola rolando

Mesmo com a vitória parcial da Argentina, não deu para dizer que os sul-americanos foram superiores no 1º tempo. A grande realidade é que a genialidade de Lionel Messi mais uma vez resolveu um jogo muito difícil. A Austrália marcou bem! Compacta entre os setores, flutuando rápido na direção da bola, firme no combate a quem tinha a posse. Conseguiu inutilizar o jogo entre a defesa e o meio que a Albiceleste queria.

Sem poder acionar a região em que Messi, De Paul e Mac Allister poderiam se aproximar e gerar vantagens, restou aos argentinos abrir o jogo. Papu Gómez bem aberto pela esquerda recebia os passes. Molina pela direita idem. Mas não havia tantos movimentos de ataque à última linha australiana, e isso não gerava opções de passe em profundidade ou liberava a cobertura de quem dava o primeiro combate.

A bola ficou circulando de um lado a outro, sem penetração. Quando atacavam, os australianos alternavam ligações diretas para Duke ou Irvine ganharem o primeiro duelo por cima, com saídas mais curtas, tentando atrair a Argentina. Souttar e Mooy funcionaram bem assim. Os sul-americanos subiram algumas vezes o bloco, mas sem pressão, e foram facilmente superados. A Austrália estava confortável em campo.

Scaloni inverteu o lado de Papu no meio do 1º tempo. Fazia mais sentido tê-lo pela direita, já que o lateral-esquerdo Acuña é mais agudo do que o direito Molina. Não demorou para que recebesse uma falta desnecessária de Behich. Messi pegou o rebote após o corte da zaga rival e tocou para Mac Allister. O meia tentou achar Otamendi, mas o zagueiro dominou mal e a bola espirrou para o camisa 10 bater. 1x0!

Papu Gómez foi sacado logo aos quatro minutos do 2º tempo para a entrada de Lisandro Martinez. A Argentina passou a jogar com três zagueiros e a partida estava controlada. Atrás no placar, a Austrália começou a subir mais a marcação e parecia não saber o que fazer para oferecer perigo aos adversários.

Messi seguia flutuando. Quase marcou um gol de placa aos 19', e obrigou Ryan a fazer boa defesa aos cinco minutos. Antes disso, Julián Álvarez marcou o seu segundo gol na Copa. Se aproveitou de uma boa pressão feita por De Paul na saída, roubou a bola do goleiro Ryan e tocou para a meta vazia.

O jogo parecia morto, a Argentina se desconcentrou defensivamente, e um lance aleatório agitou a reta final da partida. Otamendi cortou mal um cruzamento da esquerda e Goodwin chutou torto, a bola ia longe da meta, mas desviou em Enzo Fernandez e entrou no canto esquerdo de Emiliano Martinez. Behich fez uma grande jogada na sequência, invadiu a área driblando e foi travado por Lisandro Martinez na hora certa.

Os argentinos acordaram de novo e Lautaro Martinez perdeu três grandes chances para ampliar. Em uma delas, Messi arrastou toda a defesa australiana. O camisa 10 quase fez um golaço no ângulo nos acréscimos. Poderia fazer falta, Kuol fez lindo giro em cima da marcação no último minuto do jogo e bateu em cima de Emiliano Martinez, que saiu muito bem do gol.

Os sul-americanos acabaram confirmando a vitória e vão encarar a Holanda nas quartas de final. A Austrália superou as expectativas iniciais e fez um duelo duro contra um time melhor.