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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O imenso talento francês é a única coisa que não oscila na Copa

Colunista do UOL

04/12/2022 13h57

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Em um Mundial sem unanimidades coletivas, a França se coloca como a principal candidata ao título pela enorme capacidade de desequilíbrio que tem. Mesmo sem quatro prováveis titulares na competição, é impressionante o quanto Mbappé e Griezmann podem influenciar em um jogo. Isso sem citar os ótimos Giroud, Dembelé e Tchouaméni como coadjuvantes. A vitória por 3x1 sobre a Polônia reforçou isso.

Os bicampeões mundiais tiveram problemas defensivos. Passam longe de ser um time altamente estruturado taticamente, mas acham as soluções e tem situações bem pensadas para potencializar os principais jogadores.

Escalações

Didier Deschamps repetiu a escalação da vitória contra a Dinamarca. Koundé foi o lateral-direito. Czeslaw Michniewcz voltou a montar sua seleção no 4-1-4-1. Quase o time que estreou contra o México. A única diferença foi a entrada de Frankowski pela esquerda, no lugar que foi de Zalewski.

Bola rolando

Para quem esperava um massacre francês no 1º tempo, o jogo se mostrou muito mais interessante. Os favoritos foram para o intervalo vencendo. Giroud marcou aos 43' ao aproveitar um passe milimétrico de Mbappé em meio a fechada defesa polonesa, mas deram chances aos adversários com uma marcação frouxa no próprio campo, sobretudo pelos lados.

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Como França e Polônia iniciaram o duelo válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Os franceses foram melhores. Usaram e abusaram da velocidade e das jogadas individuais de Mbappé pela esquerda. Seja em contra-ataques ou em fase ofensiva, o melhor jogador da Copa até aqui levou vantagem sobre Cash e quem parasse na frente dele. Szczesny impediu um gol do atacante e defendeu boas finalizações de Tchouaméni, Griezmann e Dembelé. Os atuais campeões tinham bastante volume.

Por uma estratégia, recuavam o bloco de marcação para atrair a Polônia e ganhar espaço para o contragolpe após a roubada de bola. O problema foi desarmar tanto quanto o planejado. Com participações pouco efetivas de nomes como Mbappé e Dembelé em fase defensiva, o time de Deschamps penou para marcar as inversões em diagonal feitas pelos poloneses, além das dobras pelos lados do campo.

Lloris e Varane impediram um gol polaco em ótima trama pela esquerda. Zielinski e Kaminski finalizaram na jogada. Lewandowski também assustou em batida de fora da área. Bereszynski e Frankowski faziam boa parceria. Era uma Polônia bem superior ao que apresentou na 1ª fase. Mais solta em campo e criativa.

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Kylian Mbappé disputa a bola com Krychowiak e Zielinski na partida de oitavas de final entre França x Polônia
Imagem: Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images

A França não fez questão de ter a bola no 2º tempo. Deixou a Polônia tentar se instalar no campo rival. Com a entrada de Milik, os polacos ganharam peso na área, rondaram a meta, mas não o suficiente para superar os defensores franceses. Griezmann, Mbappé e Giroud já havia chegado perto de marcar antes da metade da etapa final, mas o segundo gol veio em uma aula de contra-ataque logo depois.

Giroud conduziu a bola e abriu para Dembelé, fez o movimento em diagonal e liberou a marcação para Mbappé receber livre e bater de chapa para marcar. Além de ser o ''cara'' da Copa de 2022 até aqui, o camisa 10 da França se tornou o artilheiro da competição com cinco gols ao marcar o terceiro em um lindo chute no ângulo esquerdo..

A Polônia foi mais competitiva do que se poderia supor, mas volta para casa sem qualquer tipo de contestação. Ainda conseguiu diminuir com um gol de pênalti de Lewandowski nos acréscimos. A França avança com a certeza de que pode sonhar o terceiro título mundial.