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Marrocos entra para a história com o seu muro defensivo
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Pela primeira vez em sua trajetória nas Copas do Mundo a seleção marroquina chega às quartas de final. O time do norte africano já havia conseguido um grande feito ao passar em primeiro lugar num grupo com Bélgica e Croácia, e agora elimina a Espanha com um trabalho defensivo impecável. Faltou contundência e soluções aos espanhóis, que saem do Qatar com apenas uma vitória em quatro jogos.
Escalações
Hoalid Regragui promoveu o retorno de Amallah ao meio-campo. Sabiri saiu. O restante do time foi o mesmo que é base nesta Copa. Já Luis Enrique colocou Llorente na lateral-direita. Quis mais ofensividade e imposição física. Asensio foi o ''falso 9''. Ferran Torres o ponta pela direita. O que era previsível se confirmou assim que a bola rolou. A Espanha se instalou no campo marroquino, que se fechou bem em bloco baixo.
Bola rolando
Mesmo beirando os 70% de posse, a Fúria penou para encontrar espaços no fechado time africano. A compactação entre os setores era imensa, bem como a marcação na abordagem ao homem da bola, os movimentos de cobertura para não gerar espaços nas costas do companheiro, e atenção para não dar brechas entre os integrantes da última linha defensiva.
Na prática, os europeus tiveram uma jogada de perigo. Alba achou um passe para Asensio nas costas da zaga e ele bateu na rede pelo lado de fora. O lado esquerdo era o que chegava mais perto de envolver o adversário. Pedri recuava para a linha dos zagueiros. Alba se projetava pelo flanco esquerdo e Dani Olmo flutuava para o ''meio-espaço''. Esses movimentos chegaram a gerar algumas dúvidas nos marroquinos.
Amarabat limpava tudo na frente da área e era muito bem assessorado por Ounahi e Amarabat. Ziyech e Boufal foram trabalhadores incansáveis defensivamente, mas se lançavam em velocidade para aproveitar os contra-ataques que surgiam. Marrocos foi bem mais perigoso desta forma. Além disso, chegou em algumas ligações diretas e em bolas paradas alçadas na área. Unai Simón e Laporte salvaram.
Nayef Aguerd teve uma grande chance após jogada de velocidade de Mazraoui e Boufal pela esquerda, mas cabeceou por cima. Fisicamente a Espanha sofria demais para ganhar duelos no meio-campo. Llorente não conseguia deter Boufal, o melhor jogador em campo até o intervalo.
Mesmo sem fazer substituições, Luis Enrique mexeu nos posicionamentos de Pedri e Gavi no 2º tempo. Pedri foi para a meia-direita, lado de Llorente, que passou a se projetar no ''meio-espaço'' pelo setor. Ferran Torres seguiu aberto. Gavi foi para a meia esquerda, continuou buscando as costas do meio marroquino, deixando Alba na ''base'' da jogada, como um lateral, o que fazia todo sentido, já que tem o passe melhor que o de Llorente.
Mesmo chegando com perigo em um chute Dani Olmo aos nove minutos, a Espanha não aumentou a sua criatividade no início do 2º tempo. Não conseguia ter movimentos para quebrar a marcação, oferecer uma alternativa ao seu estilo. Marrocos, por sua vez, só marcou. Deixou de encaixar contra-ataques e manter minimamente a posse de bola, algo que ocorreu em alguns momentos da 1ª etapa.
Soler, Nico Williams e Morata entraram e melhoraram a Fúria. Deram mais agressividade. Ezzalzouli, Attiyat Allah, Sabiri e Cheddira foram a campo no time de Marrocos, que mostrava muito cansaço físico. Nayef Aguerd saiu lesionado na sequência. Dani Olmo quase marcou o gol da vitória em falta cobrada nos acréscimos do tempo normal, mas o empate sem gols seguiu no placar e foi necessária a prorrogação.
Cheddira teve duas ótimas chances em contragolpes no tempo-extra, mas bateu em cima de Unai Simón na primeira, e hesitou para finalizar na segunda. A Espanha manteve o padrão do restante do jogo e Sarabia recebeu a ''bola do duelo'' nos acréscimos, mas bateu de chapa para fora. Nas desastrosas penalidades máximas para a Espanha, o próprio Sarabia perdeu o primeiro, e foi seguido por Soler e Busquets.
Bono foi o herói. O goleiro marroquino defendeu dois dos três pênaltis perdidos pelos espanhóis. Hakimi, Sabiri e Ziyech converteram suas cobranças. Um prêmio ao time que executou melhor a sua proposta de jogo.
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