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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Raphinha é a 'vítima' da vez de um novo problema no Brasil

Colunista do UOL

09/12/2022 04h00

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O que Neymar, Lucas Paquetá, Vini Jr e Richarlison têm em comum além de serem titulares da linha ofensiva da seleção brasileira? Todos se destacaram em um clube grande brasileiro antes de serem vendidos para a Europa. Raphinha não! Talvez isso explique a má vontade de muita gente em reconhecer o potencial e a utilidade dele na equipe de Tite.

O camisa 11 do Brasil no Qatar é natural de Porto Alegre (RS) e deixou o país com apenas 19 anos, oriundo da base do Avaí, para atuar no Vitória de Guimarães. Saiu do time B para a equipe principal portuguesa e teve duas temporadas de destaque antes de assinar com o Sporting. Seguiu evoluindo e foi vendido ao Rennes, que depois o repassou ao Leeds United. Hoje é atleta do Barcelona.

Raphinha é um desses casos de jogadores que se desenvolvem na Europa e, como não criou vínculos com clubes grandes - principalmente do ''eixo Rio-São Paulo'' - acaba sendo pouco reconhecido, mesmo mostrando seu potencial em campo há alguns anos.

A realidade é que muitos torcedores e parte considerável da imprensa não acompanham o futebol europeu com a atenção devida. E o resultado é esse! Outros jogadores já passaram por isso recentemente. Talvez o goleiro Alisson seja o melhor exemplo. Fred é outro que pode ser inserido nesse contexto.

01 - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Raphinha é o jogador da seleção brasileira com mais sprints na Copa
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Depois dos dois primeiros jogos da seleção na Copa, insistentes pedidos pela saída de Raphinha do time causaram estranheza em quem, de fato, prestou a atenção no que aconteceu dentro de campo.

É bom frisar que, mesmo pecando nas finalizações, Raphinha esteve envolvido em várias das principais jogadas de ataque produzidas pelo Brasil em momentos complicados das partidas. O problema é que elas não terminaram em gols. E aí a ''visão rasa'' impede uma avaliação fidedigna de seu desempenho.

Na estreia contra a Sérvia, criou três chances reais e finalizou em duas delas. No 1º tempo, fez uma tabela com Paquetá e bateu em cima do goleiro. Logo depois, em nova trama com o camisa 7, cruzou rasteiro e Richarlison chegou atrasado. No 2º tempo, logo nos primeiros segundos, roubou a bola do zagueiro e finalizou de novo em cima do arqueiro Vanja Milinkovic-Savic.

Na partida seguinte, contra a fechada Suíça, esteve envolvido nos dois únicos ataques de perigo do Brasil no 1º tempo. Encontrou um cruzamento perfeito para Vinícius Jr finalizar mal. E depois tabelou com Militão para bater de fora da área. Diante de Camarões, entrou na 2ª etapa e produziu mais do que Antony. Fez o cruzamento, inclusive, de uma das mais claras chances perdidas por Bruno Guimarães.

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Raphinha em ação pelo Brasil durante a partida contra a Suíça
Imagem: Robert Cianflone/Getty Images

Como podemos constatar, o ponta-direita da seleção brasileira gerou volume e criou chances. Isso sem contar a ótima atuação que teve contra a Coreia do Sul. Como uma assistência que deu para a finalização de Vini Jr terminou em gol, as cobranças diminuíram, mas elas não podem ficar reféns das bolas que entram ou não.

É óbvio que a precisão é importante! A ansiedade explica algumas conclusões infelizes de boas jogadas protagonizadas por ele, mas há volume criativo, além de dedicação no momento defensivo, seja nos movimentos de subida de marcação, nas pressões pós-perda, e ao descer o campo para ajudar o lateral-direito no setor. A camisa de titular está bem entregue!

O UOL News Copa desta traz detalhes sobre Brasil x Croácia, a escalação da Seleção, a atuação de Ronaldo Fenômeno nos bastidores, Argentina x Holanda e mais! Confira:

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