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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Quatro anos depois, Dembélé cresce e aparece no cenário das Copas

Colunista do UOL

14/12/2022 04h00

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A França pode igualar o feito de Brasil e Itália na história dos Mundiais e vencer duas edições seguidas. Vários jogadores que foram fundamentais em 2018 mantiveram a importância para o time de 2022, mas há um atleta que mudou o seu status em relação ao título conquistado há quatro anos. Ousmane Dembélé deixou para trás a má impressão na Rússia e hoje é um dos destaques da equipe titular.

Não é errado dizer que o ponta do Barcelona se ''beneficiou'' das lesões de alguns de seus companheiros e da mudança de esquema tático de Didier Deschamps. Na realidade uma coisa ocasionou a outra, e abriu espaço para a característica dele no time. Como escalava três zagueiros e alas na maioria dos jogos, a França não utilizava pontas com frequência.

Dembélé jogou apenas 13 minutos pela seleção em todo ano de 2022 antes da Copa do Mundo. Não foi titular em nenhuma partida. A irregularidade que sempre pautou sua carreira deu uma diminuída nos últimos anos, e o imenso talento apareceu com mais frequência. O Mundial é apenas um reflexo disso. O ponta de 25 anos jamais teve participações tão contundentes pelos ''Le Bleus''.

Na Copa de 2018 chegou a ser titular contra Austrália e Dinamarca na 1ª fase, mas esteve discreto e foi substituído nos dois jogos. Entrou no gramado diante do Peru e nas quartas de final, contra o Uruguai, mas não deixou a sua marca de forma efetiva.

Em 2022 a história é diferente, além das jogadas de habilidade e velocidade pela direita, gerando volume criativo ao time, já deu duas assistências importantes para gols de Mbappé contra a Polônia e a Austrália.

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Dembélé durante entrevista coletiva da seleção francesa
Imagem: Reprodução/Twitter

Dembélé é uma grande arma para a França furar a fechada defesa marroquina logo mais. Como Koundé é um lateral-direito, o camisa 11 se mantém sempre bem aberto. Recebendo a bola de frente para o marcador ou atacando espaços nas costas da defesa rival.

A ambidestria fenomenal que possui dificulta muito para o oponente fazer a leitura correta na abordagem a ele. Dribla para os dois lados! Nem Dembélé mesmo sabe qual é o seu pé mais efetivo, já deu entrevistas falando sobre isso, e o trunfo facilita na hora de vencer um combate, definir rápido a jogada, seja com um passe por baixo ou um cruzamento na segunda trave.

O segundo lugar entre os melhores dribladores da Copa não é obra do acaso. Com 70% de aproveitamento no ''1x1'', só fica abaixo do senegalês Ismaila Sarr no ranking. Esse tipo de jogada pode liberar espaços para a França seguir na direção do gol.

Acertar a meta, porém, já não é o forte de Dembélé. Tem só quatro gols em 33 jogos com a camisa da seleção. Mesmo assim, pelo nível do Mundial que faz, bem que merecia balançar as redes na noite de hoje.