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Vítor Pereira terá que rever certas posturas no Flamengo
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Vítor Pereira será o técnico do Flamengo na temporada 2023. O interesse do rubro-negro no treinador não é novo. O clube chegou a sondá-lo em visitas feitas ao continente europeu nos últimos dois anos, e enfim o flerte vai virar relacionamento. No aspecto do ''campo e bola'' a escolha é muito boa, mas em relação ao que fez no Corinthians, o treinador terá que ter mais cuidado ao se comunicar.
Bem direto em suas coletivas, o profissional não poupou críticas públicas ao desempenho de determinados jogadores alvinegros em 2022. Róger Guedes e Victor Cantillo foram os principais casos. O motivo foi o mesmo. A pouca competitividade de ambos sem a bola. Vitor não suporta esse tipo de comportamento, algo que precisará ajustar na relação com determinadas figuras importantes do plantel rubro-negro.
Grande parte dos jogadores do Flamengo possuem poder dentro da hierarquia do clube. Não é à toa. Os títulos importantes conquistados desde 2019 dão peso aos nomes que costumam decidir no elenco. Muitos deles são interessados em participar ou ao menos trocar ideias sobre a formação do modelo tático da equipe.
Opinam em treinamentos e buscam entender o motivo de determinadas orientações. Vítor Pereira não apresenta um perfil tão aberto a essas participações. Pelo menos não foi assim em nenhum de seus últimos trabalhos. E quem teve a mesma postura dentro do vestiário do Ninho do Urubu não conseguiu vida longa no clube.
Quem mais chegou perto disso foi Rogério Ceni, que venceu um Brasileirão, uma Supercopa do Brasil e um Estadual. Não saiu do Flamengo necessariamente brigado com algum jogador. Sempre é cumprimentado de forma respeitosa pelos atletas quando os encontra dentro de campo, mas havia insatisfação com o seu jeito centralizador de tomar decisões. Isso ajudou no processo de fritura dele.
Falar de Domenèc Torrent e Paulo Sousa é também tocar nesse assunto. Fora o trabalho frágil que fizeram na parte tática, encontraram diversos problemas de relacionamento com o elenco. O catalão chegou a dizer durante um treinamento que ''não seria todos os dias que o clube ganharia uma Libertadores na sorte'', se referindo à conquista de 2019, contra o River Plate.
Paulo não levou em consideração os pedidos para diminuir algumas improvisações, testes e o rodízio que implementou durante boa parte dos meses em que treinou o Flamengo. Não chegou a se desentender de forma direta com nenhum jogador, mas o descompasso era visível, assim como os desejos dos jogadores pela mudança no comando. Não havia comunicação estabelecida, objetivo em comum.
Dorival Junior trouxe exatamente isso de volta. Ouvia lideranças do elenco na hora de tomar decisões importantes, e o fato foi determinante para a recuperação do time em uma temporada que já era dada como perdida. O relato já pôde ser ouvido da boca dos próprios jogadores em declarações públicas.
Entender essa realidade de relacionamento entre jogadores e comissões técnicas ''pós-Jesus'' é fundamental para Vitor Pereira conseguir desenvolver o seu trabalho no Flamengo. Hoje, no vestiário do Ninho do Urubu, seja qual for o treinador escolhido, é preciso chegar ''manso''. A diretoria não costuma dar o respaldo necessário para quem age diferente.
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