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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Messi é o maior jogador argentino da história

Colunista do UOL

18/12/2022 15h14

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Além do terceiro título mundial da Argentina, a vitória sobre a França nos pênaltis, neste domingo, serviu para estabelecer: Lionel Messi tem, enfim, o troféu de maior relevância do futebol mundial para ser apontado, sem nenhum tipo de constrangimento, como o melhor jogador da história do país. Maradona foi gigante! Épico! Mas a carreira mais regular em alto nível de La Pulga o coloca num patamar acima.

Emblemático essa coroação acontecer na maior final de Copa do Mundo da história dos 92 anos da competição. Mbappé, que deve herdar a coroa de melhor do planeta quando Messi parar, foi gigante e recolocou os franceses no jogo depois de um amplo domínio inicial dos argentinos.

Escalações

Lionel Scaloni resolveu apostar no retorno de Di Maria. Escalou o ''Fidel'' no lado esquerdo do ataque. Sem a bola. De Paul marcava os avanços de Théo Hernández e Di Maria cuidava de Koundé. Já Didier Deschamps contou com os retornos de Upamecano e Rabiot naquela que se tornou a sua equipe base no Mundial.

Bola rolando

Um recital argentino! Assim foi o 1º tempo. Mais concentrada e organizada desde o minuto inicial, a Albiceleste conseguiu controlar o jogo ao dominar a posse de bola no setor de meio-campo e ao anular qualquer tentativa de saída para o ataque dos franceses. Seja em passes curtos pela esquerda, De Paul bloqueava bem. Seja em ligações diretas. Romero, Otamendi e Enzo Fernández ganhavam os duelos.

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Como Argentina e França iniciaram a final da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Di Maria era muito explorado pelo lado esquerda. Messi e Álvarez se aproximavam pelo meio. De Paul e Molina revezavam as subidas pelo lado direito do ataque. Enzo Fernández e Mac Allister articulavam, ditavam o ritmo vindo de trás. A França não conseguia encaixar a marcação. Frouxa no combate, dispersa, via-se muitas vezes em inferioridade no setor da jogada, fruto da pouca ajuda de Mbappé e Dembelé sem a bola.

Antes do gol de pênalti marcado por Messi aos 22', em bela jogada de Di Maria em cima de Dembelé, os sul-americanos já havia chegado quatro vezes com perigo. Pode-se discutir se foi de fato pênalti, mas não dá pra questionar quem era superior. Atrás no placar, a França se expôs ainda mais e levou o segundo em uma aula de contra-ataque aos 35'. Messi, Álvarez e Mac Allister prepararam o tento de Di Maria.

Deschamps sacou Giroud e Dembelé antes do intervalo. Colocou Kolo Muani e Marcos Thuram pelos flancos, adiantou Mbappé centralizado no ataque. Passou a ter mais gente para contribuir defensivamente e tentar voltar para a partida. O time até competiu mais. A produtividade, porém, seguiu baixa. Totalmente envolvido pelos argentinos em contragolpes. Infértil no campo rival.

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Di María faz o segundo gol da Argentina sobre a França na final da Copa
Imagem: REUTERS/Dylan Martinez

Mac Allister, Messi e Julián Álvarez tiveram boas chances de ampliar antes da metade da etapa final, mas pararam em Lloris ou em bloqueios salvadores de algum defensor. Di Maria seguiu seu show pela esquerda até ser substituído por Marcus Acuña aos 18' do 2º tempo. Tudo parecia sob controle. A França não criava. Griezmann e Théo Hernández também foram sacados para as entradas de Coman e Camavinga.

Um lance, porém, mudaria os rumos do duelo. Otamendi cochilou e perdeu uma bola para Kolo Muani. O atacante invadiu a área e foi derrubado pelo zagueiro. Mbappé converteu aos 33'. Apenas três minutos depois veio a virada. Messi foi desarmado por Coman, que puxou o contra-ataque. Rabiot serviu Mbappé por elevação, ele tabelou com Kolo Muani e bateu de perna direita para vencer Martinez.

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Mbappé comemora com Thuran o empate da França contra a Argentina
Imagem: Divulgação/Fifa

O goleiro argentino ainda fez uma grande defesa em chuta cruzado de Rabiot, mas a última chance de gol do tempo normal foi de Messi. Ele limpou a marcação na entrada da área e chutou muito forte para Lloris espalmar. Por mais que parecesse mais inteira na prorrogação, a França viu os argentinos voltarem a crescer com as entradas de Paredes e Lautaro Martinez. O centroavante teve duas boas chances e desperdiçou.

O melhor viria na sequência. Messi pegou um rebote de chute de Lautaro Martinez em ótimo contra-ataque produzido e marcou aos três minutos do 2º tempo da prorrogação.

O problema é que do outro lado havia um rapaz chamado Mbappé. O camisa 10 converteu mais um pênalti construído por ele mesmo, em chute bloqueado com o braço por Montiel. Nas penalidades finais, Emiliano Martinez foi decisivo. Defendeu a cobrança de Coman. Tchouaméni bateu para fora. Mbappé e Kolo Muani converteram, mas foi inútil. Messi, Dybala, Paredes e Montiel não falharam e, após 36 anos, o título mundial é novamente da Argentina.