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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ter Suárez nos momentos certos é ponto chave para o Grêmio em 2023

Colunista do UOL

03/01/2023 04h00

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Depois de uma longa negociação o Grêmio conseguiu fechar a contratação de Luis Suárez por dois anos. O histórico centroavante uruguaio está muito longe do ''atleta rompedor'' que foi. Potente fisicamente e rápido em espaços curtos. Mas a amostragem recente deixou nítido que a inteligência tática e a boa finalização seguem em dia. Não esgotá-lo inutilmente é fundamental!

Quem viu o atacante atuar nos últimos tempos sabe bem a influência que a idade e a parte física têm sobre ele aos 35 anos. É impossível pensar em Suárez, por exemplo, jogando mais de cinco duelos em um mês ou cumprindo 90 minutos em sequência de várias partidas.

Na Copa, foi muito bem no jogo derradeiro da fase de grupos com a seleção uruguaia, mas esteve discreto nos outros. No Nacional, fez 16 partidas em cerca de três meses, e balançou as redes oito vezes. Demorou um pouco para entrar em forma depois de mais de 60 dias de inatividade ao sair do Atletico de Madrid, mas depois foi determinante na conquista da Liga Uruguaia.

Além dos dois gols feitos na final, quando o time tricolor venceu por 4x1, marcou outros seis, totalizando oito tentos em 16 partidas. Média de um gol a cada dois jogos. O que o colocaria entre os principais goleadores do Brasil em qualquer temporada.

É claro que o nível dos defensores por aqui é superior. É um futebol de maior nível técnico em relação ao uruguaio, e Suárez também terá que se readaptar a isso, mas há menos de três anos encerrava mais uma temporada pródiga no Barcelona. No Atletico de Madrid, conseguiu balançar as redes 34 vezes em 83 jogos. Deu ainda cinco assistências.

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A expectativa em torno da contratação de Luis Suárez é grande no Grêmio
Imagem: Instagram

Disputar e vencer ligações diretas como fazia nos áureos tempos da seleção uruguaia, ser alvo constante de contragolpes, movimentos intensos de desmarque entre os zagueiros, e participação frequente na construção das jogadas de perigo fora da área, não estão mais entre as suas valências.

Suárez é hoje o cara do último toque, no máximo do penúltimo. A preparação final para alguém finalizar, ou ele mesmo receber para colocar a bola na rede. E isso continua em dia. Do jeito que a pelota chega, ele emenda de direita, de esquerda, de cabeça, e geralmente, no mínimo, faz o goleiro rival trabalhar.

Os times de Renato Gaúcho costumam ter muito volume ofensivo e criam um bom número de oportunidades na maioria dos jogos. Luis Suárez não precisará de tantas para justificar sua contratação.

O fato de Diego Souza estar no elenco é positivo para criar um revezamento entre eles. Não que a carreira de ambos se compare, mas hoje são atletas próximos no que podem entregar. Atuam numa faixa mais restrita do campo, auxiliam pouco sem a bola, mas apresentam alto índice de acerto nas finalizações.

Preparar o time com esse rodízio no centro do ataque será importante para o funcionamento ofensivo e a manutenção da proposta tática adotada.