Inter segue padrão preciso de contratações com Mário Fernandes

O Colorado só fez uma contratação até o momento nesta janela de transferências. Além de só perder Edenilson do time titular, o Inter manteve a base após as boas contratações feitas no segundo semestre de 2022. Mano Menezes utilizou bem o perfil do elenco montado, terminou o Brasileirão com um inesperado vice-campeonato, e agora tem mais um atleta ideal para o time que possui: Mário Fernandes.

Claro que para retomar o bom futebol mostrado nos últimos anos, o jogador terá que se readaptar ao Brasil e retomar o ritmo de jogo. Não entra em campo desde maio do ano passado, quando decidiu rescindir o contrato que tinha com o CSKA Moscou. Queria voltar ao seu país de origem e acompanhar de perto o nascimento do filho. É um processo que deve demorar algum tempo.

Mario defendeu o clube russo por dez anos. Se naturalizou. Foi convocado e furou a barreira em um país sem tanta tradição em incorporar estrangeiros no time nacional. Jogou a Copa do Mundo de 2018 e a Euro de 2021 como titular da Rússia. Fez um gol no Mundial.

Abandonou a instabilidade emocional que chegou a ameaçar o início da carreira dele. Em 2011, quando ainda vestia a camisa do Grêmio, clube que o revelou, não quis participar de um amistoso da seleção brasileira contra a Argentina. A curiosidade é que o treinador do time amarelo na ocasião era Mano Menezes, que o comandará mais uma vez, agora no Colorado.

O episódio, porém, não encontrou eco na trajetória que construiu em solo russo. Chegou a ser capitão do CSKA em alguns jogos. Foram 34 partidas ao todo e cinco gols com a seleção europeia. Antes do Grêmio, Mário Fernandes atuava pelo São Caetano, e a camisa do Inter será a quarta que vestirá em sua trajetória.

Com 1,87m tem uma estatura incomum a um lateral brasileiro. Isso faz com que leve vantagens importantes em cruzamentos nas duas áreas. Ao contrário do que muita gente pode pensar, não é um jogador mais voltado ao lado defensivo. Desenvolveu um método intenso de marcação e bom posicionamento na última linha, mas não é um exímio marcador em situações de mano a mano ou em coberturas de profundidade.

Com a bola, é agudo. Chega com facilidade ao terço final do campo. Não busca somente a linha de fundo. Traça diagonais na direção da área. Tem boa finalização e técnica de passes. Gera volume constante às equipes no campo de ataque. Toma boas decisões.

Vai protagonizar uma boa disputa com Bustos, que fez um belo Campeonato Brasileiro pós-chegada de Mano Menezes. São dois jogadores de perfil físico muito diferente. Mário se impõe mais. Bustos é ágil e baixo. Opções diferentes para o treinador escolher de acordo com o momento de ambos e a necessidade dos jogos.

O elenco do Inter ainda precisa de peças de reposição em algumas posições, talvez um titular mais experiente para o comando do ataque, mas tem equilíbrio e a sequência do bom trabalho feito em 2022 a seu favor. Certamente será umas das equipes mais competitivas do Brasil em 2023.