Os 'extremos' do Brasil Sub-20 no Sul-Americano da Colômbia

Mesmo com os muitos pedidos de dispensa por parte dos clubes, a seleção brasileirão sub-20 segue bem servida de pontas e ''extremos'' para o Sul-Americano que começa daqui a dois dias na Colômbia. Giovani(Palmeiras), Ângelo(Santos) e Matheus Martins(Watford-ING) não foram liberados. Giovane e Pedro Henrique, ambos do Corinthians, e Stênio, do Cruzeiro, são os substitutos. Sávio(PSV Eindhoven-HOL) foi o único que se manteve da lista original.

Sávio - PSV Eindhoven-HOL
10/04/2004 - 18 anos - 1,76m - 68kg
Emprestado pelo Troyes - clube francês que pertence ao Grupo City - para o PSV há seis meses, ''Savinho'' ainda passa pelo período de adaptação ao futebol europeu. Vem atuando mais vezes no time B do clube holandês, mas entrou em oito partidas da equipe principal e já deu duas assistências. É apontado como um dos atacantes mais habilidosos revelados recentemente no futebol brasileiro. Foi destaque absoluto na base do Atlético Mineiro.

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Ele chegou ao Galo com apenas 14 anos, e uma temporada depois já vencia um Sul-Americano Sub-15 com a seleção brasileira. Se profissionalizou quando tinha 16 anos. Basicamente ''pulou'' a categoria sub-20 ao ser alçado por Jorge Sampaoli. Em pouco mais de dois anos no grupo principal, fez 35 jogos, dez como titular. Marcou dois gols e deu uma assistência. Não conseguiu ter a sequência imaginada. A concorrência no plantel era muito forte.

No alvinegro de Minas jogou grande parte do tempo como ponta pela direita. Canhoto, se sente confortável atuando bem aberto, recebendo a bola de frente e ''rabiscando'', encarando o marcador no 1x1. Tem muito repertório de drible, controle de bola, e velocidade. Se tiver espaço, vai levar vantagem no mano a mano com frequência. Ataca bem as costas da defesa rival.

Um fator positivo para ele no PSV, mesmo que seja no time B, tem sido o aproveitamento como ponta pela esquerda, o que gera muita profundidade às suas equipes neste setor do campo. Jogou a maior parte dos minutos na Holanda assim, e não surpreenderá se Ramon Menezes aproveitá-lo desta forma na seleção brasileira.

Outra característica eficaz dele é a qualidade no cruzamento, principalmente na segunda trave. Precisa amadurecer nas tomadas de decisão. Por vezes prende demais a bola quando deveria servir um companheiro, ou adia o momento da finalização. Faz poucos gols. Não é um finalizador ruim, mas se coloca pouco em condições de balançar as redes. Pode melhorar também na contribuição defensiva. Pouca pressão na bola.

Giovane - Corinthians
24/11/2003 - 19 anos - 1,84m - 82kg
Natural de Santa Barbara D´Oeste, cidade a 139km de São Paulo, Giovane chegou há menos de dois anos no Corinthians, já na categoria sub-20. Veio do Capivariano e havia jogado também na base do Red Bull Brasil. 12 meses depois de sua chegada por empréstimo, o Timão pagou R$ 3 milhões por 65% dos direitos do atleta. Os outros 35% seguem pertencendo ao clube de Capivari.

Dá para dizer que a ascensão dentro do alvinegro foi meteórica. Se destacou na terceira divisão do Campeonato Paulista de profissionais e desembarcou na capital do estado em junho de 2021. Virou titular logo depois e fez boa Copa São Paulo no ano passado. Entrou em campo no time principal logo na primeira partida em que foi relacionado, a rodada inaugural do Brasileirão 2022, vitória por 3x1 sobre o Botafogo.

Recebeu menos oportunidades de Vitor Pereira no 2º turno, também em virtude da melhora do elenco corintiano, mas começou a pré-temporada no elenco profissional. Já contabiliza 16 partidas, três como titular, e boas respostas dadas. Está listado aqui como um ponta por ter atuado assim em grande parte dos últimos meses, mas pode tranquilamente ser escalado no centro do ataque, fazendo dupla com um companheiro mais fixo na área.

Pensando num provável time-base depois das muitas perdas que o elenco teve, não surpreenderá se for de ''não listado inicialmente'' a um dos titulares. Chuta muito bem de média distância com sua canhotinha afiada e oferece mais presença física em relação aos demais extremos do grupo. É alto e forte. Reage bem ao jogo físico de zagueiros mais potentes. Protege a bola, tromba e se impõe.

Tem repertório de drible em espaços curtos e controle de bola. Velocidade mediana. Ganhou massa muscular nos últimos meses e isso prejudicou um pouco a agilidade para mudar rapidamente de direção. Boas decisões ao sair de frente com o goleiro. Tem frieza para botar a bola na rede. Funciona melhor perto da zona de definição dos lances, e menos na articulação. Se for jogar como ponta, precisa evoluir em aspectos defensivos.

Stênio - Cruzeiro
05/04/2003 - 19 anos - 1,80m - 71kg
Mais um atleta a receber a oportunidade de defender a seleção no Sul-Americano após as dispensas. Nascido em Poços de Caldas(MG), Stênio chegou na base do Cruzeiro ainda na categoria sub-15. Com 16 anos já participava com frequência de jogos do sub-20. Se profissionalizou em 2020. Assim que o futebol voltou no período de pandemia já atuava no time principal da Raposa aos 17 anos. Foi titular em seis partidas naquela temporada.

Fez mais dez jogos em 2021, participou de duelos no sub-20 também, e acabou emprestado em agosto para o Torino(ITA). No clube europeu jogou um Italiano Sub-19 como titular. Fez seis gols em 29 duelos, mas não teve seus direitos adquiridos. Apesar disso, cresceu em vários aspectos por lá. Fisicamente ganhou imposição e passou a atuar em outras funções no ataque. Antes ficava muito restrito ao lado esquerdo. Agora pode jogar pelo centro e pela direita.

Em seu retorno ao Cruzeiro, em julho de 2022, participou de cinco jogos na campanha do título da Série B. Chegou a ser titular em três, mas sofreu uma lesão no ombro que o tirou da reta final da competição, quando fatalmente teria mais chances. Recentemente renovou contrato com o clube de Belo Horizonte até dezembro de 2026. Por ser um atacante bem dinâmico, pode brigar por uma vaga de titular.

É destro e muito agressivo, rápido. Chama a atenção o fato de estar sempre ligado e buscar as jogadas verticais em campo. Luta por todas as bolas. Passadas largas, bom controle da pelota em velocidade. Chute eficaz de média distância. Atuando pela esquerda, é uma bela arma de arremate ao gol, pelo ângulo em que recebe a bola e por buscar diagonais na direção da área. Pela direita, oferece profundidade, jogadas de linha de fundo. Pelo centro, ataca espaços.

Pode ganhar um pouco mais de refino técnico no último passe, capacidade de tabelas e triangulações em espaços curtos. Por vezes falta mais calma e boas decisões em situações desta natureza. Auxilia bastante a defesa sem a bola, sobretudo nas pressões pós-perda no campo de ataque. Jogador talhado para contragolpes. Dificuldade de jogar de costas para o adversário e pouca presença na área.

Pedro Henrique (Pedrinho) - Corinthians
05/02/2006 - 16 anos - 1,71m - 66kg
Vem na ''fornada'' de talentos nascidos em 2006 no Brasil. É só quatro dias mais velho que Luis Guilherme, jogador mais jovem entre os 23 convocados. É a principal promessa da base corintiana hoje. Foi muito bem recentemente pela seleção sub-17 e se projetou para receber a oportunidade após os cortes no Sul- Americano Sub-20. Aos 15 anos já jogava nesta categoria. Outro precoce!

Pedro Henrique tem contrato com o Timão até março de 2025. Está no alvinegro desde os dez anos. Assim como Guilherme Biro, fazia parte do time que disputava a Copinha quando foi chamado por Ramon Menezes. Sua primeira Copa São Paulo, aliás, aconteceu no ano passado. Foi campeão paulista sub-17 pelo Corinthians em 2021. Ainda não foi relacionado para nenhum jogo profissional.

Trata-se de um atacante destro, mas que se sente confortável pelo lado esquerdo do ataque. Pedrinho é rápido, driblador e se coloca constantemente na zona de finalização das jogadas. Traça diagonais na direção da área com e sem a bola. Sabe ser um complemento ao centroavante diante de times mais fechados. Não fica atuando somente aberto, esperando a bola de frente para o marcador.

Tem repertório de drible em espaços curtos e capacidade de se envolver em tabelas e triangulações. Apesar de baixinho, sustenta bem os choques ao receber a bola de costas e é agressivo nas pressões pós-perda no campo de ataque. Também funciona de forma eficaz nos movimentos de subida de marcação. Pode acrescentar em cobranças de faltas laterais na direção da área, ''pega'' bem na bola.

Precisa melhorar na leitura de algumas jogadas de contra-ataque. É muito veloz, e isso faz com que ele tenha uma tendência de individualizar lances em que poderia servir um companheiro mais bem posicionado. Pode também evoluir no posicionamento defensivo, por vezes deixa fechar linhas de passe e se posicionar corretamente quando sua equipe recua o bloco de marcação.