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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Celso Roth reaparece e vai montar um time com a sua cara no Juventude

Colunista do UOL

22/01/2023 04h00

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Um dos técnicos mais controversos da história recente do futebol brasileiro está de volta ao cenário. Na realidade, depois de seis anos longe do trabalho à beira do campo, Celso Roth já havia comandado o Juventude em quatro jogos da reta final do Brasileirão 2022. Mas ali iniciava apenas uma transição em um time matematicamente rebaixado para a Série A visando a temporada 2023. E ela começou no melhor ''Estilo Roth''.

O Juventude empatou com o Internacional dentro do Beira-Rio na estreia das equipes no Campeonato Gaúcho. Mesmo considerando que cada jogo tem a sua história e uma temporada inteira pela frente vai oferecer cenários diferentes para o time de Caxias do Sul, os 90 minutos em Porto Alegre foram esclarecedores para entender como deve se comportar o ''Papada'' ao longo de 2023.

É só traçar um paralelo com a carreira de Roth. Obviamente que o gol marcado por Rodrigo Rodrigues logo aos três minutos, aproveitando a falha de Keiller ao rebater o chute de Mandaca, condicionou a postura em campo, mas o Juventude entrou no gramado para fazer exatamente aquilo.

A começar pela escalação. Roth montou um 4-1-4-1 com Jean Irmer, Mandaca e Emerson Santos marcando pelo centro. Volantes que poderiam tranquilamente jogar como o homem mais recuado de uma equipe, mas que estiveram juntos no setor para bloquear as investidas coloradas.

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Marcação forte do Juventude contra o Inter pela 1ª rodada do Gauchão 2023.
Imagem: Maxi Franzoi/AGIF

Pelo lado esquerdo Jadson, volante de origem, foi escalado para marcar quase que individualmente Bustos, o lateral mais agudo do Inter. Ou seja, eram quatro volantes de formação entre os dez jogadores de linha. Os laterais pouco passaram do meio-campo, e David era a única opção de escape em velocidade na ponta-direita. Depois entrou Echaporã, que fez o mesmo papel, só que foi mais eficiente.

Quando estava em fase ofensiva, a proposta do Juventude era buscar as ligações diretas para Rodrigo Rodrigues disputar a ''primeira bola'' pelo alto. Com 1,91m ele ganhou algumas. A presença dele será importante para que esta ideia, a principal ofensiva da maioria dos times de Celso Roth, seja executada. No ano passado, Rodrigo fez mais de 20 gols no rebaixado CSA. Gera perigo por sua presença.

A demora na reposição da bola em jogo, a famosa ''cera'' quando estiver vencendo, é outro aspecto que deve aparecer no Juventude a julgar pelo demonstrado ontem, o que está em total conformidade com o histórico de comando do treinador. O espírito competitivo, com muita luta na disputa de cada bola, foi mais um traço marcante dele presente em campo.

O Juventude fez diversas mexidas em seu elenco e vai seguir se reforçando ao longo da temporada. Sabemos o quanto o mercado mexe com os times de Série B entre o Estadual e o Brasileirão. Destaques de equipes menores de São Paulo são contratados e nomes importantes do alviverde podem deixar Caxias do Sul. Isso pode influenciar, mas Celso Roth já tem um plano e é difícil duvidar da competitividade dele.