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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Marlon Gomes precisa jogar no meio-campo do Vasco

Colunista do UOL

25/01/2023 04h00

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Em meio a muitas contratações para melhorar o nível do elenco para a temporada 2023, o Vasco talvez tenha se dado conta que um dos principais reforços de seu time titular está há alguns anos dentro de São Januário. Ele atende pelo nome de Marlon Gomes e precisa ter sequência na sua verdadeira função.

Quem acompanha o garoto desde as divisões de base sabe. Marlon Gomes até "quebra um galho" na ponta, como fez durante grande parte da última Série B, mas a posição dele não é essa. Jogar de "segundo homem" no meio-campo tira do jovem aquilo que oferece de melhor. O desempenho na seleção sub-20 mais uma vez comprova.

Não que o Sul-Americano da categoria represente o mesmo nível de enfrentamento que o Vasco terá nos principais duelos da temporada, mas o padrão de Marlon certamente cresce na faixa central do campo. Consegue ser influente de uma forma que encaixa bem com aquilo que Maurício Barbieri costuma pedir a seus meio-campistas.

É um estilo dominante o do jovem que foi pai com apenas 15 anos e, de acordo com ele mesmo, aprendeu cedo as responsabilidades da vida. Tanto que não sentiu em nada a pressão pelo necessário acesso vascaíno de volta para a Série A. Foi um dos mais regulares do time em 2022.

01 - Rafael Ribeiro / CBF - Rafael Ribeiro / CBF
Marlon Gomes durante jogo contra a Argentina no Sul-Americano Sub-20, no estádio Olímpico Pascual Guerrero em Cali, na Colômbia. 23/01/2023
Imagem: Rafael Ribeiro / CBF

Não é um jogador forte fisicamente em termos de densidade muscular, pelo contrário, mas consegue compensar isso com muita agressividade e intensidade em todos os lances. É rápido. Tem passadas largas e controle de bola em velocidade. Capacidade de retomada da posse no campo rival.

Consegue aliar essa potência e as infiltrações na área, com qualidade no passe e repertório de drible. Chuta bem de média distância. Sai de situações de pouco espaço com desenvoltura. Usa com naturalidade a perna esquerda.

Adepto do 4-3-3 no momento ofensivo, Barbieri pode escalar Marlon à frente de um volante centralizado, ao lado de outro meia, exatamente o papel que faz na seleção. Já no momento defensivo, protege a frente da área ao lado de Andrey Santos, outra coincidência com a forma como Barbieri desenha o meio-campo para defender. Ataca num 4-3-3. Defende num 4-4-2.

Marlon ainda pode evoluir na leitura da velocidade que o jogo pede. Em alguns momentos acelera lances em que a melhor decisão era cadenciar o ritmo. Algo totalmente natural quando tratamos de um jogador com poucos jogos como profissional. Dar a rodagem necessária a ele como titular em sua verdadeira função é justo com o atleta, e o Vasco só tem a ganhar com isso.