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Djokovic é hexa em Wimbledon e iguala os 20 slams de Federer e Nadal
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Não foi uma atuação perfeita, daquelas que serão contadas décadas depois, mas o 11 de julho de 2021, sim, ficará marcado para sempre nos anais do tênis. Com um triunfo de virada, por 6/7(4), 6/4, 6/4 e 6/3, Novak Djokovic derrotou o italiano Matteo Berrettini, número 9 do mundo, tornou-se hexacampeão de Wimbledon e conquistou seu 20º título de slam em simples. O sérvio passa a dividir, assim, o recorde de maior vencedor de slams da história do tênis masculino com Roger Federer e Rafael Nadal. O chamado Big Three da modalidade está, pela primeira vez, igualado.
Além de conquistar seu sexto título no All England Club (2011, '14, '15, '18 e '19 foram os outros), Djokovic mantém vivas as possibilidades de feitos colossais. Campeão dos três primeiros slams de 2021, o número 1 do mundo pode ser o primeiro homem desde 1969 a fechar o Grand Slam, ou seja, conquistar os quatro maiores torneios do circuito no mesmo ano. O último a fazer isso foi o australiano Rod Laver. Roger Federer e Rafael Nadal nunca venceram nem os dois primeiros slams (Australian Open e Roland Garros) no mesmo ano. Para Nole, resta "apenas" o US Open em 2021.
"É uma incrível jornada que não vai parar aqui", disse Djokovic na cerimônia de premiação. Indagado sobre a possibilidade de fechar o Grand Slam, o sérvio não hesitou ao dizer o quanto ele acredita em suas chances: "Eu certamente consigo visualizar isso acontecendo. Vou tentar. Estou em grande forma e jogam bem nos slams é minha prioridade mais alta neste momento da minha carreira, então vamos seguir em frente."
Outro feito raríssimo que segue na mira de Djokovic é o chamado Golden Slam, que significa vencer os quatro slams na mesma temporada além da medalha de ouro olímpica. Na história do tênis, apenas uma pessoa conseguiu isso: a alemã Steffi Graf, em 1988.
No ranking
Para Djokovic nada muda. O sérvio defende seu título de 2019 (Wimbledon não foi disputado em 2020) e mantém os 2 mil pontos em sua somatória. Berrettini, no entanto, dá um salto do nono para o oitavo posto, igualando o melhor ranking de sua carreira. A partir de segunda-feira, o top 10 da ATP fica com esta ordem: Djokovic, Medvedev, Nadal, Tsitsipas, Zverev, Thiem, Rublev, Berrettini, Federer e Shapovalov.
Primeiro set: Djokovic perde chances
O começo de Djokovic foi pavoroso. No primeiro game, Nole cometeu duas duplas faltas, um erro não forçado e fez dois segundos saques fraquíssimos. Ainda assim, contando com erros de Berrettini, conseguiu confirmar. No terceiro game, mais erros do número 1. Com uma nova dupla falta e uma curtinha na rede, deixou o game em 0/30, mas o italiano errou uma esquerda perto da rede que lhe daria 0/40. Nole, então virou e venceu o game.
As falhas custaram caro e, no quarto game, ao errar mais uma direita, Berrettini teve o saque quebrado. Djokovic elevou seu nível, enquanto o italiano, entre altos e baixos, ainda errava muito mas se salvava com belos primeiros saques. Foi assim que Matteo salvou um set point no oitavo game.
No entanto, se o set parecia rumar para o velho bordão de "azarão perde chances", quem as desperdiçou na reta final foi o número 1. Djokovic sacou para o set em 5/3, ms cometeu um par de erros, Berrettini finalmente teve break points. Nole evitou o primeiro com uma boa direita, mas o italiano conseguiu a quebra logo depois com uma combinação de curtinha e passada na paralela. O set acabou decidido em um equilibrado tie-break. Os tenistas viraram de lado com o placar em 3/3 e seguiram sem mini-breaks de vantagem até o oitavo ponto, quando uma direita indefensável de Berrettini fez a diferença. O italiano abriu 5/3 e, depois, só confirmou o serviço até o 7/6(4).
Segundo set: Djokovic responde rápido
As chances perdidas não abalaram o número 1. Pelo contrário. Djokovic iniciou a segunda parcial mais concentrado e errando menos, enquanto Berrettini voltou a oscilar. Nole rapidamente abriu 4/0 de vantagem e, desta vez, o italiano não conseguiu sair do buraco. O azarão até devolveu uma das quebras e salvou três set points com o serviço no nono game, mas era tarde demais para uma virada. Djokovic venceu rápido o décimo game para fazer 6/4 no set e igualar a partida em 1 set a 1.
Terceiro set: #1 chama a torcida
Se Djokovic não fazia um jogo espetacularmente sólido, Berrettini seguia alternando entre grandes momentos e erros bobos. Foi assim, com três falhas não forçadas do oponente, que Nole chegou a uma quebra no terceiro game do terceiro set. O jogo esquentou mesmo no sexto game, quando Berrettini teve duas chances de quebra, e a torcida começou a gritar "Matteo, Matteo!" na Quadra Central. Djokovic, então, jogou quatro pontos perfeitos, confirmou o serviço e gritou "não consigo ouvir vocês", pedindo que sua torcida também participasse.
Enquanto o público fazia mais e mais barulho e os fãs empurravam seus preferidos, Djokovic continuava sendo o tenista mais sólido em quadra. E foi assim, com apenas cinco winners e dois erros não forçados no terceiro set, que ele manteve a vantagem até fechar a parcial por 6/4.
Quarto set: reta final impecável
Pela primeira na partida, Berrettini conseguiu passar a primeira metade de um set sem perder o saque. O italiano, aliás, teve uma grande chance no sexto game, quando o veterano sacava em 15/30. Djokovic, porém, se salvou ao vencer um rali espetacular e, depois, encaixou um ótimo saque para tomar a dianteira do placar. Além de confirmar o serviço, Nole aproveitou o momento, vindo de pontos espetaculares, e foi cheio de moral para o sétimo game. E foi aí que o número 1 mostrou mais uma vez sua força. Primeiro, chegou ao break point com uma ótima devolução de saque e uma direita vencedora na cruzada. Depois, contou com uma dupla falta de Berrettini para chegar à quebra e abrir 4/3. O italiano já não tinha nada de diferente para tentar e acabou quebrado também no nono game.
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