Topo

Saque e Voleio

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Nem Federer acredita mais em um retorno a seus melhores dias

Getty Images
Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

16/08/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Roger Federer não disputará o US Open. O suíço confirmou sua ausência do torneio e, implicitamente, do resto da temporada, ao anunciar que passará por uma terceira cirurgia no joelho direito - o mesmo que exigiu duas intervenções cirúrgicas no ano passado e que limitou seu calendário e seu nível físico e técnico em 2021.

Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram (veja abaixo), Federer fala que ficará por muito tempo de muletas e por muitos meses sem jogar. É um vídeo em que o ex-número 1 do mundo, hoje com 40 anos, mostra-se bem realista e consciente da dificuldade que terá para voltar a competir. Resumindo? Nem Federer acredita mais que pode voltar a brigar por coisas grandes neste momento.

E tudo bem ele pensar assim. O fim vinha mesmo se aproximando, e a terceira cirurgia parece ser o maior indício dado até hoje de que os dias do Federer-campeão-de-slam estão definitivamente no passado. A grande questão agora é saber se e como o suíço conseguirá voltar às quadras para um fechar de cortinas digno de alguém que tem uma carreira espetacular.

O próprio Roger deixa claro suas dúvidas em alguns trechos do vídeo que merecem atenção especial. Primeiro, quando Federer diz que em médio e longo prazo, para se "sentir melhor", ele precisaria de uma cirurgia. Ele diz que é a coisa certa a fazer porque ele quer "estar saudável" e "correndo por aí mais tarde". Quem fala aí é o Federer pai de família, que quer estar em condições de acompanhar os filhos e ter uma vida pós-circuito saudável.

Fica clara a distinção porque logo em seguida Federer emenda dizendo que "quero me dar uma pequena esperança de voltar ao circuito de alguma forma. Sou realista. Sei o quão difícil isto é nesta idade." Esse, sim, é o atleta falando, e é um tenista que, como escrevi lá no alto, não parece crer em um retorno aos dias de glória. E, como também escrevi algumas linhas acima, tudo bem ele pensar assim neste momento da vida e da carreira.

Da parte deste jornalista, resta a esperança para que Federer volte a reunir condições físicas para ter o fim de carreira que todo atleta merece: dentro de quadra, com público nas arquibancadas dando o devido reconhecimento e agradecendo pelos serviços prestados.

Coisas que eu acho que acho:

- A julgar pelos últimos dias, parece que Rafael Nadal também ficará fora do US Open. E se isso acontecer, que ninguém se espante se o espanhol não voltar a competir em 2021. Aos 35 anos e com o foco voltado para ganhar torneios grandes, é compreensível que ele não esteja interessado em se desgastar em nome de um par de Masters, um possível ATP Finals e uma Copa Davis.

- Volto de minhas miniférias pós-Olimpíadas nesta segunda. Em breve, escreverei sobre o sucesso de Luisa Stefani na nova parceria com Gaby Dabrowski e trarei uma entrevista com a mãe da brasileira (que disse coisas ótimas sobre tênis universitário e outros assuntos).