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Nadal bate Ruud e fatura 22º slam ao triunfar em Roland Garros pela 14ª vez

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Colunista do UOL

05/06/2022 12h30

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Dois dias de depois de completar 36 anos, Rafael Nadal voltou a levantar um troféu em Roland Garros e aumentou sua lista de recordes no tênis. Neste domingo, o espanhol confirmou a expectativa ao fazer 6/3, 6/3 e 6/0, em 2h18min, sobre o norueguês Casper Ruud (#8 do mundo aos 23 anos), levantou o troféu do torneio parisiense pela 14ª vez na carreira e conquistou seu 22º título de slam.

Os dois números são recordes absolutos no tênis masculino. O segundo maior vencedor de Roland Garros é o sueco Bjorn Borg, com seis títulos. Na lista de maiores vencedores de slams em simples, Roger Federer e Novak Djokovic dividem a segunda posição, com 20 troféus cada.

Campeão mais velho

Neste domingo, Rafa superou ainda outra marca e tornou-se o homem mais velho da história a vencer Roland Garros. O recorde anterior foi estabelecido 50 anos atrás, em 1972, quando Andres Gimeno foi campeão do torneio com 34 anos e 10 meses de vida. Levando em conta todos os slams, Nadal é o quarto na lista de campeões mais velhos. O recorde é de Ken Rosewall, que venceu o Australian Open de 1972 aos 37 anos e dois meses.

Chave duríssima

É possível dizer que Nadal encontrou um dos caminhos mais difíceis da história até chegar ao título de Roland Garros. Desde as oitavas de final, Rafa enfrentou quatro tenistas do top 10: Félix Auger-Aliassime (#9), Novak Djokovic (#1), Alexander Zverev (#3) e Casper Ruud (#8). Foi apenas a terceira vez desde 1973 (quando o ranking da ATP foi criado) que um tenista bateu quatro oponentes do top 10 em um torneio do Grand Slam. Mats Wilander (Roland Garros/1982) e Roger Federer (Australian Open/2017) foram os outros.

Como aconteceu

Já nos primeiros games, ficou clara a superioridade de Nadal, que impôs seu estilo do fundo de quadra, agredindo com bolas cheias de spin e forçando Ruud a jogar mais longe da linha de base. No segundo game, com três bolas vencedoras, Rafa quebrou o norueguês e abriu 2/0. O veterano, então, jogou um péssimo game e cedeu a quebra ao cometer duas duplas faltas e mais dois erros não forçados. Ruud, porém, nem chegou a igualar o placar porque cometeu quatro erros no quarto game. Nadal, então, parou de errar, abriu 4/1 e manteve a dianteira até fechar a parcial em 6/3.

O segundo set começou com Nadal desperdiçando duas chances de quebra - uma com um voleio e outra com um forehand com a quadra aberta. Ruud segurou o saque e foi recompensado no quarto game, quando venceu um belo rali e contou com uma dupla falta de Nadal para chegar à quebra e abrir 3/1. Mais uma vez, contudo, Rafa elevou seu nível quando precisou. No quinto game, venceu quatro ralis e forçou Ruud a um erro para devolver a quebra. No sétimo, fez mais do mesmo. Sem errar, alongou os pontos, esperou erros do norueguês e quebrou mais uma vez. E repetiu a dose no nono, quando uma dupla falta de Ruud deu outra quebra e selou a parcial em 6/3.

Nó tático em Ruud

O norueguês, que usa a Rafa Nadal Academy, em Maiorca, como base de treinos desde 2018, tem um estilo de jogo moldado para o saibro do mesmo modo que o tênis de Nadal. Ruud gosta de jogar com bolas altas, empurrando o adversário para trás e construindo os pontos com bolas de alta porcentagem, sem correr riscos exagerados. O dilema de Casper é que Nadal é melhor em tudo. Seu saque é mais eficiente, seu forehand tem mais spin e agride mais e seus contra-ataques são mais precisos. Além de tudo isso, o forehand cruzado de Nadal - seu melhor golpe - faz estrago no backhand de Ruud, justamente onde o norueguês é mais fraco. Assim, o "aluno" não encontrava saída para mudar a dinâmica do jogo. Ou executava seus golpes em um nível altíssimo, correndo riscos, ou contava com erros de Nadal. Quando o veterano não errava, endurecia demais a vida de Ruud. Foi assim que desde o 1/3 do segundo set até o 5/0 do terceiro. Rafa venceu 11 games seguidos e rumou soberano até o 14º título de Roland Garros.

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