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Implacável, Djokovic pune vacilos de Kyrgios e fatura o hepta em Wimbledon
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O começo não foi nada simples. Bastou um game ruim para Novak Djokovic (35 anos, atual #3 do mundo) ver-se um set abaixo na final de Wimbledon contra Nick Kyrgios (27 anos, #40). O sérvio, contudo, foi encaixando suas devoluções, elevando seu nível e construindo sua vitória aos poucos. Quando o australiano, em sua primeira final de slam, começou a gritar com sua equipe e perdeu a concentração na reta final do terceiro set, Nole foi implacável. Ganhou cinco pontos seguidos no saque do oponente, conquistou a quebra e a parcial e arrancou para levantar o troféu de Wimbledon pela sétima vez. O placar final mostrou 4/6, 6/3, 6/4 e 7/6(3).
Com o título deste domingo, Djokovic se iguala a William Renshaw e Pete Sampras na segunda posição entre os maiores campeões do slam da grama. O líder entre os homens é Roger Federer, com oito troféus.
O hepta em Wimbledon significa que Djokovic agora tem 21 títulos de slam em simples na carreira e encosta no atual recordista, Rafael Nadal, que venceu o Australian Open e Roland Garros este ano e soma 22. Nole deixa para trás o suíço Roger Federer, que tem 20. Na lista geral, incluindo mulheres, Djokovic é o quinto, atrás também de Margaret Court (24), Serena Williams (23) e Steffi Graf (22).
Mais números espetaculares
Djokovic agora é o quarto homem na Era Aberta (a partir de 1968) a vencer Wimbledon quatro vezes consecutivas. Apenas Federer, Sampras e o sueco Bjorn Borg conseguiram isso.
O sérvio torna-se o segundo homem mais velho da Era Aberta a conquistar Wimbledon. Com 35 anos e 49 dias de vida, Nole fica atrás somente de Federer, que foi campeão em 2017 com 35 anos e 342 dias de vida.
Na lista dos homens com mais de 30 anos, Djokovic volta a ser o recordista de títulos de slam de maneira isolada. A conquista deste domingo é a sua nona como "trintão". Rafael Nadal, que tem 36 anos, é o segundo da lista, com oito.
A vitória deste domingo foi a 28ª seguida de Djokovic em Wimbledon. Ele não perde desde que abandonou, lesionado, a partida contra Tomas Berdych nas quartas de final de 2017. É a quarta maior sequência de um tenista no torneio na Era Aberta. Só Borg (41), Federer (40) e Sampras (31) tiveram séries mais duradouras.
Kyrgios sai na frente
Djokovic começou a partida de maneira conservadora, sem arriscar demais e deixando, na maioria das vezes, Kyrgios tomar a dianteira nos ralis. Funcionou nos primeiros games, mas no quinto, quando o primeiro serviço não entrou, o veterano pagou o preço. O australiano chegou a dois break points após uma bela passada de esquerda na paralela. Djokovic se salvou com uma belo bate-pronto defensivo no primeiro, mas cometeu uma dupla falta em seguida e viu Kyrgios abrir 3/2, com uma quebra de vantagem.
O australiano sacava bem demais e dava poucas chances ao favorito. Em todo o primeiro set, Kyrgios encaixou 77% de primeiros serviços e venceu 80% dos pontos com o fundamento. No único game em que foi pressionado - quando sacava em 5/4, disparou um segundo saque a 196km/h e, pouco depois, um ace a 210 km/h. E foi assim, com um saque indefensável, que Nick fechou a parcial em 6/4.
Djokovic encaixa devoluções
No primeiro set, o saque e a consistência de Kyrgios, que cometeu apenas quatro erros não forçados (e três deles vieram no último game), fizeram a diferença. No segundo, foram as devoluções de Djokovic que pesaram. No quarto game, após dois retornos excelentes, Nole viu Kyrgios falhar em três pontos seguidos. Logo no primeiro break point, o veterano mandou uma bola que tocou na fita e morreu do lado de Kyrgios, selando a quebra.
Depois de um par de games conservadores, o australiano passou a arriscar mais nas trocas de bola, mas não conseguia chances no saque do hexacampeão. Elas vieram, contudo, no nono game, com Djokovic sacando em 5/3, quando Nole cometeu uma dupla falta, e Kyrgios fez uma linda passada ao alcançar uma curtinha. Pressionado (0/40), Novak salvou os três break points graças a erros do rival, mas cedeu um quarto com uma direita longa. Uma ótima curtinha salvou o veterano mais uma vez. Durante o ponto, um grito da torcida incomodou Kyrgios, que reclamou intensamente após perder o game e o set.
Kyrgios perde paciência e paga preço
Kyrgios passou boa parte do terceiro set reclamando. Queixou-se de sua equipe, queixou-se do árbitro e queixou-se de uma torcedora que, segundo ele, "parece que tomou 700 drinks". O australiano também ganhou ponto batendo na bola por baixo das pernas, fingindo sacar por baixo e com excelentes primeiros saques.
No nono game, no entanto, a relação conturbada de Kyrgios com sua equipe teve seu preço. O australiano abriu 40/0, mas perdeu dois pontos seguidos subindo à rede, viu Djokovic disparar um winner e pirou de vez. Enquanto seguia reclamando com o time, argumentando que as pessoas em seu camarote não deveriam ter relaxado quando o placar mostrava 40/0, Kyrgios fez uma dupla falta, jogou uma esquerda na rede e perdeu o saque. Djokovic, implacável, confirmou o saque na sequência, fez 6/4 e tomou a liderança.
Tie-break decide
Enquanto Kyrgios tentava se recuperar ao mesmo tempo em que lidava com seus dilemas, Djokovic sacava cada vez melhor. No terceiro set, ganhou 94% (15/16) dos pontos com o primeiro serviço. Na quarta parcial, venceu todos os primeiros 13 pontos jogados com o primeiro serviço. Com o australiano sacando bem mais uma vez e sem break points cedidos, a decisão foi para o tie-break.
Kyrgios abriu o game de desempate com uma dupla falta, forçando o segundo serviço. Djokovic abriu 2/0 com uma boa subida à rede, mas mandou uma direita na rede, devolvendo a mini-quebra no ponto seguinte. O australiano, porém, não aproveitou, cometeu dois erros seguidos e deu uma vantagem que o veterano não desperdiçou mais.
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