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Alcaraz supera Ruud, conquista o US Open e será #1 mais jovem da história
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Com 19 anos e quatro meses de idade, Carlos Alcaraz escreveu, neste domingo, uma página importante da história do esporte. O espanhol derrotou o norueguês Casper Ruud por 6/4, 2/6, 7/6(1) e 6/3, conquistou o título do US Open e garantiu que assumirá o posto de número 1 do mundo nesta segunda-feira, quando a ATP atualizar a lista com as pontuações de todos tenistas.
Mais do que isso: Alcaraz será o mais jovem a ocupar o topo do ranking, que foi criado em 1973. Até hoje, a marca pertence ao australiano Lleyton Hewitt, que assumiu a liderança do ranking quando tinha 20 anos e 9 meses de idade. A precocidade também coloca o espanhol entre os primeiros nas listas de campeões de slam mais jovens. No US Open, apenas Pete Sampras (19 anos e 28 dias) levantou o troféu entre os homens na Era Aberta com menos idade. Contando todos os slams, Alcaraz é o décimo da lista encabeçada peplo americano Michael Chang, que venceu Roland Garros/89 com 17 anos e 4 meses.
Coincidência histórica
Há muito tempo, o US Open não determinava uma mudança de número 1 do mundo. A última vez que isso aconteceu antes do torneio deste ano foi em 2003, quando Andy Roddick foi campeão, e o espanhol Juan Carlos Ferrero - atual técnico de Alcaraz - terminou como vice, mas assumiu a liderança do ranking mundial na segunda-feira seguinte à decisão.
Como aconteceu
O confronto direto valendo o topo do ranking começou com muitas trocas do fundo de quadra e break points nos quatro primeiros games. Alcaraz foi o único que conseguiu converter e, ao fazê-lo no terceiro game, abriu 3/1 na sequência e pôde jogar confortavelmente na dianteira. Depois disso, Ruud passou a confirmar sem problemas, mas tampouco ameaçava o serviço do espanhol. Alcaraz não cedeu mais chances de quebra e manteve a vantagem até fazer 6/4.
A segunda parcial começou tão morna quanto o fim da anterior. Dois tenistas confirmando seus saques e nenhuma ameaça. Alcaraz tentava agredir nas devoluções, mas não tinha muito sucesso. Ruud seguia sem conseguir fazer muito no saque do espanhol. Carlitos foi o primeiro a conquistar um break point, mas o norueguês se salvou com um ótimo saque. Em seguida, no sexto game, foi a vez de Ruud ganhar pontos importantes. Primeiro, levou vantagem quando deu uma curtinha e chamou Alcaraz à rede. Em seguida, com um break point, alcançou uma curtinha, deu um lob e viu o espanhol errar uma tentativa de passada. Com 4/2 de frente, Ruud ainda encarou um break point no sétimo game, mas se salvou mais uma vez com um grande saque. Alcaraz, então, jogou seu pior game na partida. Fez duas duplas faltas, dois erros não forçados e, com set point contra, deu uma curtinha que Ruud alcançou, devolveu e, em seguida, matou o ponto com um smash: 6/2.
O plano de Ruud era claro. Usar muito top spin para segurar Alcaraz no fundo de quadra e forçar o espanhol a atacar em bolas com menor margem de segurança. Simples na teoria, difícil na execução. Para dar certo, Ruud precisava jogar bolas fundas o tempo inteiro. Quando não conseguia, dava pontos de graça, e foi assim que Alcaraz conseguiu uma quebra logo no início do terceiro set. O norueguês, contudo, reagiu rápido e devolveu a quebra, recuperando a igualdade. O jogo seguiu assim e ganhou drama no 12º game, quando Alcaraz precisou encarar dois set points. O adolescente jogou como veterano. No primeiro, foi à rede e fez um voleio dificílimo. No segundo fez saque-e-voleio e matou o ponto com um smash. Com outro pontaço, Alcaraz fechou o game que durou mais de dez minutos e finalmente forçou o tie-break.
O game de desempate começou com três erros não forçados seguidos de Ruud, e Alcaraz aproveitou o momento. Na virada, já liderava por 5/1. Pouco depois, fechou o tie-break em 7/1 e abriu 2 sets a 1.
Com a vantagem, Alcaraz passou a jogar ainda mais à vontade, pressionando cada vez mais nos games de serviço de Ruud. O noruguês, pressionado, finalmente sucumbiu no sexto game. Com o placar em 30/30, errou um smash fácil. No ponto seguinte, errou uma esquerda e cedeu a quebra. Alcaraz abriu 4/2 e, no caminho, quebrou mais um recorde. Depois de jogar cinco sets nas oitavas, nas quartas e na semifinal, tornou-se o tenista que mais passou tempo em quadra em um slam desde 1999, quando esse tipo de estatística começou a ser medida.
E se faltava drama, Alcaraz teve de sacar em 0/30 no sétimo game, mas Ruud nem teve break point. O espanhol jogou quatro pontos perfeitos em sequência, virou o game e fechou a última porta para uma reação.
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