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Novak Djokovic: descansado e indomável em um fim de ano quase perfeito
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Quatro torneios e três títulos; Dezoito vitórias e só uma derrota, que veio inesperada, diante de Holger Rune e de virada. Sem disputar a sequência norte-americana de torneios por optar não se vacinar contra covid-19, Novak Djokovic teve tempo para descansar após a conquista de Wimbledon e de se preparar para a reta final do calendário. Nessas condições, o sérvio é quase imbatível, e isso ficou cristalino desde o fim de setembro.
Um segundo semestre que começou com o título de Wimbledon e terminou ainda melhor, com a notícia de que será possível voltar à Austrália e brigar pelo décimo título em Melbourne, uma que igualaria os 22 slams em simples de Rafael Nadal, o atual recordista nesta categoria entre os homens.
A decisão do ATP Finals - uma vitória maiúscula por 7/5 e 6/3 sobre Casper Ruud - foi um pequeno resumo do que Djokovic fez de bem nesta parte final de 2022, superando rivais em diversos quesitos. Primeiro, o sérvio sacou como em poucas ocasiões, ganhando muitos pontos "de graça".
Com seu dever de casa feito, Nole ficou mais à vontade para pressionar os serviços de Ruud, colocando o norueguês em xeque. Afinal, Casper, que tanto gosta de ralis e do processo de construção de pontos, praticamente só tinha a chance de trocar bolas em seu serviço. A margem de segurança era mínima, e isso fica evidente no período entre o fim do primeiro set e a metade do segundo. Ruud não consegue ser agressivo, e vê Djokovic disparar winners de todos os tipos e de toda parte da quadra.
Nole só viu ser serviço ameaçado no finzinho, quando sacou em 5/3 e 30/30, mas deu a resposta que alguém de seu patamar costuma dar. Primeiro, venceu um rali de mais de 30 golpes. Depois, fechou a conta com um ace. Game, set, match, Djokovic. Meta cumprida.
Coisas que eu acho:
- Djokovic não vencia o ATP Finals desde 2015. Um "hiato" de sete anos que me sugere que os resultados do torneio de fim de ano seriam muito diferentes se os melhores do mundo não chegassem aos últimos meses da temporada esgotados mental e fisicamente. Um Djokovic descansado, mesmo aos 35 anos, mostrou que é possível chegar lá e bater rivais dez anos mais novos em sequência. Imaginem como esse torneio ganharia em valor se o calendário do tênis masculino não tivesse se tornado o que se tornou.
- Djokovic termina o ano na quinta posição do ranking, exatamente dois mil pontos atrás de Carlos Alcaraz, o número 1 do mundo. Nada mau para quem deixou de disputar dois slams, quatro Masters 1000 e venceu um Torneio de Wimbledon que não contou pontos.
- Taylor Fritz disse, em sua última coletiva no Finals, que Djokovic foi o melhor do circuito quando em quadra em 2022. É compreensível que o americano tenha avaliado assim, já que Fritz disputou apenas três torneios no saibro a temporada inteira. Na terra batida, não foi bem assim. É fato que Djokovic foi campeão do Masters de Roma, porém caiu na estreia em Monte Carlo, foi vice em Belgrado, perdeu na semi em Madri e tombou nas quartas em Roland Garros. Nestes dois últimos eventos, foi superado, respectivamente, por Alcaraz e Nadal. Então não se justifica o "sempre" implícito na frase de Fritz.
- Sim, Djokovic dominou o fim da temporada, mas se Nadal venceu um Australian Open sem Nole, e Alcaraz triunfou em um US Open sem o sérvio, também é verdade que Nole não encarou os dois em Wimbledon ou no Finals. Que 2023 traga os duelos que os fãs de tênis não puderam ver em 2022.
- Som de hoje no meu Kuba Disco: a simpática "Ready for the Floor", synthpop (?) dos ingleses da banda Hot Chip.
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